Descubra o caminho correto para enganar o cérebro e emagrecer
As estatísticas cada vez mais alarmantes —segundo o Ministério da Saúde, um em cada quatro brasileiros é considerado obeso— impulsionam especialistas em pesquisas relacionadas à obesidade, seus efeitos e formas de prevenção. Um dos estudos nesse sentido descobriu uma maneira de enganar o cérebro e fazer as pessoas comerem menos. O método pode ser importante inclusive entre os indivíduos que realizam a cirurgia bariátrica, já que, mesmo após o procedimento, é preciso aprender como controlar os comportamentos alimentares.
Tradicionalmente, o foco principal do comportamento alimentar é o hipotálamo, que produz uma variedade de neurotransmissores que controlam os hormônios envolvidos na alimentação. O problema é que em um quadro de obesidade, as pessoas podem desenvolver resistência à leptina (hormônio da saciedade), por exemplo, bloqueando o efeito de remédios que estimulam a produção desse inibidor da fome.
Modo alternativo proposto pela equipe de psicologia
O modelo alternativo proposto pelo estudo, realizado pela equipe de psicologia e neurociência na Universidade da Califórnia do Sul (EUA), tenta relacionar o comportamento alimentar de uma forma não tão direta a esses hormônios. O método trabalha com três pilares: o sistema dopaminérgico mesolímbico, o córtex pré-frontal e a ínsula. Apesar dos nomes complicados, a relação desses três fatores com a fome é simples.
O córtex pré-frontal tem um papel importante na tomada de decisões. Em pessoas com obesidade, pode haver uma tomada equivocada de decisões, mas só em um domínio: a comida. A ínsula recebe esses sinais de que o indivíduo está com fome e isso potencializa o sistema dopaminérgico. Que o deixa mais suscetível na resistência à comida.
Com os estudos, os cientistas descobriram que, ao manipular esses três sistemas, é possível controlar a fome e, provavelmente, a obesidade.
Um dos exemplares citados pelos pesquisadores
Pesquisadores citaram o caso do hambúrguer de uma famosa rede de fast-food, vendido com um brinquedo, como exemplo. Autoridades tentaram banir o brinde para reduzir o consumo infantil de fast-food, mas não obtiveram sucesso. Ao oferecerem o hambúrguer sem brinquedo ou uma meia porção com brinquedo, descobriram que a quantidade de dopamina liberada pela criança era a mesma que em uma refeição completa. Sendo assim, a criança teria prazer mesmo comendo menos fast food.
No estudo, os pesquisadores também pediram para crianças escolherem entre dois cenários. No primeiro, as crianças podiam optar por um sanduíche grande ou um menor; no segundo, tinham a opção entre um sanduíche maior ou um sanduíche menor com um fone de ouvido. Os resultados mostraram que 74% das crianças escolheram o sanduíche grande na primeira opção. Mas na segunda opção, apenas 22% deles escolheram o lanche grande e o restante preferiu comer menos e ganhar o fone de ouvido.
Entre os adultos, a situação proposta envolvia hambúrgueres e bilhetes de loteria que valiam 50 dólares. A maioria preferiu o hambúrguer menor, desde que ganhasse o dinheiro. No estudo, os especialistas identificaram que não era necessário oferecer muito dinheiro. O teste com bilhetes de 100 dólares produziu resultados similares ao teste com 50.
De acordo com o estudo, a recompensa das meias porções e dos incentivos não alimentares se somam de modo que os consumidores são motivados a comer menos. Isso pode ser uma forma positiva de incentivar a recompensa e o uso de porções menores, inclusive entre ex-obesos que realizaram cirurgia bariátrica.
Por fim, você usa alguma fórmula mágica para enganar seu cérebro e assim, comer menos?
Fontes: Vitat, terra,Jasmine alimentos, uol, belive clinic