Aumento da temperatura, escassez hídrica e proliferação de pragas ameaçam a produtividade agrícola, exigindo soluções inovadoras e políticas de apoio
As mudanças climáticas estão redesenhando a paisagem agrícola mundial, e no Brasil, a falta de estações climáticas bem definidas intensifica os desafios para o agro. De acordo com Jorge Ferreira, professor de Agronomia da Una Jataí, os fatores climáticos são determinantes para o sucesso das lavouras, mas a imprevisibilidade tem se tornado uma constante preocupante. “Estamos sempre à mercê de períodos favoráveis ao plantio, baseados em médias históricas coletadas ao longo de décadas. Mas a variabilidade climática tem tornado essas previsões mais incertas”, explica.
Contudo, as mudanças climáticas do agro vão além do aumento das temperaturas: elas afetam diretamente a disponibilidade de recursos hídricos e a sanidade das plantações. “A escassez de água já é um problema em regiões semiáridas, e a variabilidade nos padrões de chuva pode comprometer a irrigação, obrigando os agricultores a buscar soluções eficientes”, ressalta o professor.
Além disso, o aumento da temperatura cria condições favoráveis para a proliferação de pragas e doenças, que impactam severamente a produtividade.
Outros impactos incluem:
- Estresse térmico mais frequente: comprometendo o desenvolvimento das plantas.
- Danos por inundações: que afetam as propriedades e a produção agrícola.
- Redução na qualidade das colheitas: resultando em produtos de menor valor e menor receita para os agricultores.
Para minimizar os impactos, Jorge Ferreira ressalta que “é fundamental investir em variedades de culturas resistentes a secas e inundações, além de sistemas de irrigação mais eficientes que captem e utilizem melhor a água da chuva”, recomenda.
Outras práticas essenciais incluem:
- Rotação de culturas e agricultura de conservação: práticas que melhoram a saúde do solo e ajudam a reter a umidade.
- Políticas públicas de incentivo: como subsídios para tecnologias sustentáveis e seguros agrícolas para proteger contra eventos extremos.
- Educação e capacitação: “Os agricultores precisam ser capacitados para utilizar tecnologias inovadoras e práticas resilientes que os ajudem a enfrentar as novas realidades climáticas”, destaca Jorge.
O professor afima que políticas de apoio governamental que incentivem práticas sustentáveis e ofereçam suporte financeiro e técnico são cruciais para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Além disso, a pesquisa científica desempenha um papel indispensável na criação de soluções tecnológicas que aumentem a resiliência das lavouras.
Em conclusão, Ferreira acredita que a inovação, a educação e políticas eficazes podem superar os obstáculos impostos pelas mudanças climáticas. “Com esforços conjuntos, podemos garantir que a agricultura brasileira continue sendo uma das mais produtivas do mundo, mesmo diante das adversidades climáticas”, ressalta.
Fonte: o presente rural