A vacina é uma das ferramentas contra a dengue, mas não é a principal
Em 2025, o Ministério da Saúde do Brasil irá disponibilizar 9,5 milhões de doses da vacina Qdenga contra a dengue pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, ela não será para todas as pessoas, pois a quantidade de doses tem limite e a vacina tem critérios específicos para aplicação.
A Qdenga, incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2023, estará disponível no SUS apenas para crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos. Isso devido ao alto número de hospitalizações por dengue entre esse público. A vacina contra dengue não teve aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pessoas acima de 60 anos. E, por isso não estará disponível para essa faixa etária em 2025.
Embora esteja disponível no SUS para esse grupo específico, a vacina contra a dengue também pode ter aplicação em pessoas de 4 a 59 anos em 2025. Sendo assim, desde que sigam as recomendações da Anvisa. Para quem não se enquadra nos critérios do SUS, é possível buscar a vacina na rede privada, onde as doses estão à venda por valores que variam entre R$ 350 e R$ 500.
A quantidade no setor privado tem um limite
Contudo, a quantidade disponível no setor privado tem limites, pois a prioridade é garantir a distribuição para o SUS. A vacina Qdenga deve ser tomada em duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. Ela pode ser aplicada tanto em pessoas que já tiveram dengue quanto em quem nunca foi infectado, mas é contraindicada para gestantes, lactantes, pessoas com o sistema imunológico comprometido ou com alergia a algum dos componentes da vacina.
Embora a vacina seja uma importante ferramenta para o controle da dengue, ela não é a principal medida de prevenção. A forma mais eficaz de evitar a doença continua sendo a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Elimine os criadouros do mosquito
Para isso, é essencial eliminar qualquer tipo de reservatório de acúmulo de água, como grandes tanques, tampas de garrafa e vasos de plantas, que servem de criadouro para o mosquito. Colocar areia nos pratos das plantas ou trocar a água a cada semana e limpar bem os recipientes para remover os ovos do mosquito são atitudes fundamentais. Além disso, é importante tampar as caixas d’água, cobrir os pneus velhos e limpar diariamente os bebedouros de água. Recolher garrafas pet e outros objetos que possam acumular água, entregando-os à limpeza pública, também é essencial para evitar a proliferação do mosquito. Essas medidas simples, mas constantes, ajudam a reduzir significativamente os focos do Aedes aegypti.
Em 2024, o Brasil enfrentou um aumento alarmante no número de casos de dengue, com mais de 6,6 milhões de registros e 5 mil mortes. O aumento foi de 303% em relação ao ano anterior, o que gerou grande preocupação entre as autoridades de saúde. Em 2025, houveram mais de 10 mil registros de casos até o início de janeiro, com 10 óbitos. Sendo a região Sudeste do país, especialmente os estados de São Paulo e Minas Gerais, responsável pela maior parte das ocorrências.
A vacina Qdenga tem se mostrado uma importante aliada no combate à dengue, mas a principal medida de prevenção continua sendo o controle do mosquito transmissor. Mesmo com a vacina disponível no SUS para um público específico, as ações diárias para eliminar os focos de mosquito devem estar na rotina de todos. A combinação de vacinação e prevenção é crucial para reduzir os impactos da doença no Brasil.
Fonte: divinews