Ator estava aposentado por causa da afasia, um distúrbio da fala que agora os médicos avaliam que já se tratava de um dos sintomas da demência.
O ator Bruce Willis foi diagnosticado com demência frontotemporal (DFT). A doença confirmada pela família em um comunicado publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (16).
Por isso, Bruce já tinha se aposentado, em 2022, por causa da afasia: um distúrbio de linguagem que afeta a capacidade de comunicação. No entanto, isso era apenas um sintoma da demência frontotemporal.
O que é a demência frontotemporal?
De acordo com a médica neurologista Helena Fussiger, a DFT é uma doença neurodegenerativa que ocasiona a perda progressiva das funções cerebrais.
Dessa forma, por afetar principalmente os lobos frontais e temporais laterais, os sintomas mais clássicos são relacionados ao comportamento e linguagem.
A médica destaca que a afasia pode ocorrer por outros motivos, como eventos vasculares cerebrais ou tumores que atinjam as áreas cerebrais de linguagem.
A doença Demência frontotemporal do Bruce Willis tem cura?
- Como as outras demências, a DFT não possui cura.
“O principal é o tratamento sintomático e multidisciplinar (médicos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e musicoterapeutas)”, afirma.
- Mais rara, tem forte componente hereditário.
“Apesar de a maioria das demências marcadas por acúmulo de proteínas anormais no tecido cerebral, cada uma delas tem um tipo específico (ou mais de um) de proteína, sendo essa a marca da doença. Então, a DFT também é uma demência mais rara e tem um componente genético (hereditário) mais significativo que o Alzheimer, por exemplo”, explica Fussiger.
Quais os sintomas?
A demência frontotemporal marcada por alterações comportamentais e de linguagem. A DFT abrange um conjunto de diversas doenças e sintomas, que progridem. Entre eles, são notáveis:
- personalidade alterada
- comportamento social prejudicado
- dificuldade na regulação das próprias emoções e impulsos
Leonardo de Sousa Bernardes, neurologista com especialização em neuro-oncologia do Hospital Albert Sabin, diz que o paciente pode começar a apresentar delírios e até sentir que está sendo perseguido. Mas, as atitudes de quem lida com a condição começam a transitar entre os extremos: ou ocorre uma extrema desinibição ou apatia e depressão.
Sendo assim, para fechar um diagnóstico é preciso analisar os sintomas que o paciente apresenta e realizar exames complementares de imagem, como tomografia, ressonância e PET para validar a hipótese e excluir outras causas.
Fonte: g1 -infográfico: g1