Delegacia da Receita vai combater crime organizado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou (25) que a pasta avalia criar uma delegacia no âmbito da Receita Federal para combater o crime organizado. Nesse sentido, o objetivo é reprimir a lavagem de dinheiro.
A proposta surge após operações com participação da Receita, bem como de órgãos de polícia e outras autoridades. Essas ações apontaram o uso de estabelecimentos legais pelo crime organizado.
“Haverá uma decisão de transformar numa delegacia da Receita Federal. Assim, haverá pessoal dedicado ao aprofundamento de investigações dessa natureza”, disse em entrevista na sede da Fazenda.
“Acredito que já estamos encaminhando para o MGI (Ministério da Gestão e Inovação). Afinal, depende do MGI autorizar. Esse expediente deve ser feito nas próximas semanas.”
Atividades que parecem lícitas
O ministro comentou sobre as atividades que, em um primeiro momento, parecem lícitas, mas que são usadas para lavagem de dinheiro.
“Então, por trás daquela atividade aparentemente regular, tem uma atividade ilícita. E isso complica muito a vida da economia brasileira, porque são setores que têm concorrência, na verdade afeta a concorrência, afeta a vida do consumidor, afeta a vida do fisco, afeta os programas sociais, afeta o Orçamento Federal, tem implicações enormes”.
Assim, a nova unidade voltada para a investigação do crime organizado vai funcionar dentro do organograma da Receita Federal, e o ministro disse que deve enviar a proposta para o Ministério de Gestão e Inovação nas próximas semanas. Haddad destacou a atuação da Receita Federal e a ideia da nova estrutura.
A operação “Spare” foi deflagrada (25) como uma sequência da investigação contra fraudes de combustíveis e suspeita de ligação de facções criminosas com empresas financeiras lançada no final de agosto nomeada de “Carbono Oculto”.
A Receita afirmou que os alvos utilizam postos de combustíveis, empreendimentos imobiliários, motéis e lojas de franquia, em cidades de São Paulo, como instrumentos para lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e sonegação fiscal. O grupo teria movimentado mais de R$4,5 bilhões entre 2020 e 2024 e recolheu apenas R$4,5 milhões em impostos federais.
Fontes: Infomoney e Ag. Brasil