Os governantes comunistas de Cuba e a mídia controlada pelo Estado alegam que os protestos antigovernamentais que varreram a ilha (11/7) foram “organizados e financiados” pelos Estados Unidos e estimulados por uma campanha de comunicação “perversa” e coordenada nas redes sociais .
“Não houve levante social”, disse o chanceler Bruno Rodríguez, citado pelo jornal Granma, do Partido Comunista. “Houve motins, desordem, provocados por uma operação de comunicação preparada há algum tempo, para a qual foram destinados recursos multimilionários: laboratórios, plataformas tecnológicas [apoiadas] com fundos do governo dos Estados Unidos”.
No entanto, o monitoramento de sites da mídia estatal antes dos protestos mostra que os cubanos expressaram profunda frustração, desespero e raiva online muito antes de saírem às ruas aos milhares para reclamar da escassez de alimentos e remédios, interrupções de energia e água e um aparente resposta vacilante do governo ao aumento de casos Covid-19.
Na verdade, eles vinham expondo esses sentimentos precisamente nas páginas oficiais on-line de Cuba, especialmente na seção de comentários dos leitores do site de notícias do governo Cubadebate. Esta seção, embora sem dúvida controlada e monitorada, tornou-se uma espécie de caixa de ressonância da opinião pública na ilha nos últimos anos.
Ft:bbc