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Cooperação de Saúde na fronteira deve ter início em um mês. MS vai construir primeiras Salas de Situação de Saúde binacionais do país Foto: Secom/Gov.ms

Mapeamento na fronteira; Ponta Porã receberá primeira sala de situação binacional do País

Cooperação de saúde na fronteira deve iniciar em cerca de 30 dias e terá como foco vigilância e resposta conjunta

O Governo de Mato Grosso do Sul dará início à cooperação de saúde na fronteira. Assim, o Estado iniciará a instalação das primeiras Salas de Situação de Saúde binacionais do país, começando pelas cidades fronteiriças com o Paraguai. São elas Ponta Porã, Mundo Novo e Porto Murtinho. A estrutura integrará dados e decisões entre os dois países para responder às emergências sanitárias, com previsão de funcionamento da primeira delas a partir do próximo mês.

Nesse sentido, a iniciativa apresentada pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) em reunião binacional realizada no último mês, é uma resposta aos riscos sanitários em uma região com intensa circulação de pessoas entre Brasil e Paraguai. Em outras palavras, ela foi pauta de encontro que contou com representantes do Ministério da Saúde do Brasil, assim como autoridades paraguaias, organismos internacionais, além da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná e das prefeituras de Mundo Novo, Porto Murtinho e Ponta Porã, para enfim alinhar as ações integradas de vigilância.

Cooperação de saúde na fronteira terá início com Salas de Situação de Saúde binacionais

Conforme acordado entre os dois países, as salas de situação operarão em conjunto, com mapas interativos, sistemas de georreferenciamento e análise de dados em tempo real. Equipes técnicas binacionais trabalharão no monitoramento de doenças e na tomada de decisões compartilhadas.

“Esta é a primeira vez que o Brasil implementa salas de situação em parceria direta com uma nação vizinha, o que representa um avanço significativo na cooperação internacional em saúde pública. Essa iniciativa pioneira permitirá um monitoramento mais eficaz e uma resposta rápida e coordenada a emergências sanitárias na região de fronteira, beneficiando diretamente a população dos dois países”, afirma a Superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Larissa Castilho.

Dados e tecnologia orientarão novas estratégias de vigilância

Com ferramentas de georreferenciamento e indicadores em tempo real, as salas serão centrais no monitoramento de arboviroses, síndromes respiratórias e outros agravos à saúde. A plataforma compartilhada permitirá o fluxo de informações entre os sistemas de saúde dos dois países.

“Desenvolvemos ferramentas tecnológicas avançadas que possibilitam às secretarias municipais de saúde, primordialmente nas regiões de fronteira, o acesso em tempo real a painéis integrados com dados epidemiológicos georreferenciados. A plataforma utiliza sistemas de inteligência de dados para cruzar informações, gerar alertas automáticos e facilitar a visualização de tendências. Essa integração fortalece a comunicação entre os níveis municipal e estadual, agiliza a detecção de surtos e permite uma resposta mais coordenada e estratégica às emergências em saúde pública. Com essas soluções, as decisões ganham mais precisão, eficiência e impacto direto na proteção da população”, explica o Coordenador de Tecnologia da Informação da SES, Marcos Espindola.

Como forma de apoio direto aos municípios e estímulo à adoção da nova estrutura de vigilância, o Governo de MS, por meio da SES, entregou computadores para os principais municípios da fronteira com o Paraguai envolvidos no trabalho. A entrega foi feita pelo secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões Corrêa. O objetivo é equipar as futuras salas de situação. Assim, pode-se fortalecer a estrutura do município para ampliar a capacidade de análise, monitoramento e tomada de decisão. A proposta é iniciar com essas cidades e incentivar que as demais vizinhas fronteiriças adotem a mesma estrutura em suas secretarias municipais de saúde.

Os sistemas de alerta conjunto identificam o aumento de casos de doenças. Além disso, as salas de situação contarão com bancos de dados unificados, com registros de pacientes e histórico de vacinação. Haverá ainda a capacitação de equipes brasileiras e paraguaias em protocolos padronizados.

A implementação

O cronograma de implementação, considerando os três municípios participantes, prevê, para o 2º quadrimestre de 2025, o alinhamento de protocolos, bem como a definição da infraestrutura necessária. Logo no 3º quadrimestre do mesmo ano, está prevista a instalação física das salas. Já no 1º quadrimestre de 2026, será realizada a avaliação dos indicadores e os ajustes nas ações planejadas. Em Ponta Porã, no entanto, a implantação está adiantada, com previsão de início já nos próximos 30 dias.

O modelo permite decisões mais embasadas para mitigar crises sanitárias. Isto é, é mais do que ampliar a capacidade de vigilância e resposta rápida. Ou seja, promove ações preventivas. Além disso, garante mais eficiência na gestão pública da saúde nas áreas de fronteira.

Saúde transfronteiriça e mapeamento

As salas de situação estão previstas em termo de cooperação assinado entre Brasil e Paraguai. O termo foi assinado no último mês. Deu início a um amplo mapeamento das estruturas de saúde nas cidades fronteiriças entre os dois países. Dentre os pilares do termo está identificar capacidades hospitalares, recursos humanos e equipamentos disponíveis. As regiões envolvidas são Ponta Porã (MS), Mundo Novo (MS), Pedro Juan Caballero (PY), Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este (PY).

“O mapeamento nos permitirá entender, em detalhes, a realidade de cada município. Ou seja, utilizaremos o cruzamento de dados para verificar onde há falta de insumos, profissionais ou leitos. Esse levantamento é essencial para direcionar investimentos. Além disso, o mapeamento também é fundamental para criar uma rede de saúde integrada, capaz de atender rapidamente a população fronteiriça”, destaca a secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone. Ela assinou representando Mato Grosso do Sul como uma das signatárias do documento.

Fonte: Secom/Gov.ms