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Muitos adultos entre 35 e 65 anos estão presos nos desafios financeiros entre a responsabilidade de cuidar dos pais idosos e oferecer o melhor para os filhos. Foto: Reprodução/ IA

GERAÇÃO SANDUÍCHE: Conheça os desafios financeiros de quem cuida de pais e filhos

Conheça os desafios financeiros de quem sustenta pais e filhos ao mesmo tempo

Muitos adultos entre 35 e 65 anos estão presos nos desafios financeiros entre a responsabilidade de cuidar dos pais idosos — e, às vezes, também os avós — e a necessidade de prover para os filhos: a geração sanduíche.

“É justamente a analogia visual de um sanduíche. A geração está ali espremida entre as duas fatias de pão, que são os pais e os filhos. É uma geração que dá suporte financeiro, emocional e operacional para ambos”, contextualiza Antonio Leitão, gerente do Instituto de Longevidade MAG.

Por que esse fenômeno está acontecendo?

Segundo especialistas ouvidos pelo InfoMoney, esse cenário surgiu por dois grandes fatores históricos: o aumento da longevidade dos pais e a queda expressiva no número de filhos por família.

Além disso, o contexto econômico dificulta a independência dos jovens, que saem de casa cada vez mais tarde devido a custos elevados, aumento do tempo dedicado aos estudos e ao preço dos imóveis. Isso amplia o peso da geração do meio, que assume mais responsabilidades.

“Estamos falando de pessoas de classe média, que têm a possibilidade de dar suporte aos filhos para que eles fiquem mais tempo em casa até conquistarem maior independência, e cujos pais não são de classe alta, pois não têm renda suficiente para contratar cuidadores ou serviços que aliviem as responsabilidades.” — explica Antonio Leitão, do Instituto de Longevidade MAG.

As consequências emocionais e profissionais

O fardo de cuidar simultaneamente de idosos e filhos também gera grande estresse, sobrecarga emocional, e pode levar a interrupções na carreira ou até a dificuldades em garantir a aposentadoria.

Em termos financeiros, muitos da geração sanduíche deixam de trabalhar ou reduzem a jornada para ficar no cuidado, o que prejudica a acumulação de renda.

Já no aspecto profissional, a geração sanduíche enfrenta o desafio de conciliar essas responsabilidades com a continuidade da carreira ou estudos. O que muitas vezes exige renúncias.

“A responsabilidade recai majoritariamente sobre as mulheres, acarretando maiores impactos a elas”, diz Leitão.

Como se organizar financeiramente?

Segundo Fernando Brito, sócio da Globus Seguros, para organizar a vida financeira diante das obrigações com filhos e pais, existem dois caminhos principais. Um endividamento saudável e um planejamento de longo prazo.

Endividamento saudável

No primeiro caso, ele explica que “dívidas saudáveis são custos inteligentes, como organizar o capital necessário em caso de invalidez, doença ou outro problema de saúde”.

Um seguro de vida é um exemplo disso, aponta Brito, já que proporciona ao indivíduo uma indenização única em situações graves. Como em eventos que afetem a capacidade laboral (um acidente ou a perda de um membro, por exemplo).

“Esse recurso financeiro proporciona um retorno maior e um patrimônio que ajuda a cumprir as obrigações financeiras. Tanto com os filhos quanto com os pais.” — diz Fernando Brito, da Globus Seguros.

Planejamento de longo prazo

No longo prazo, a previdência privada e o consórcio são soluções para a construção patrimonial. Um mix que ajuda a garantir que o retorno financeiro seja bem canalizado para proteger a qualidade de vida e educação dos filhos e cuidar dos pais. Principalmente em relação a planos de saúde.

Disciplina e equilíbrio: a chave para quem já vive isso

Para quem já vive esse tipo de situação, a “chave”, segundo Bernardo Castello, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência, está no equilíbrio e na disciplina.

“É importante listar todas as despesas, separar o que é essencial do que pode ser reduzido e destinar parcelas da renda para cada necessidade: pais, filhos e aposentadoria. Pequenas mudanças de hábito, como renunciar ao consumo imediato em favor de decisões financeiras mais conscientes é um passo essencial para construir um futuro mais estável.” — observa Bernardo Castello, da Bradesco Vida e Previdência.

Os riscos da falta de planejamento

Castello alerta para a falta de planejamento, que pode levar à perda de renda na aposentadoria, ao endividamento e até à dependência financeira da família.

“Criar o hábito de poupar, investir em previdência privada e contratar seguros adequados são formas eficazes de proteger o futuro”, pontua.

Fonte: infomoney