Duas modalidades que têm ganhado destaque são a alimentação natural e o mix feeding
A alimentação para pet tem evoluído significativamente, oferecendo alternativas que visam não apenas a nutrição básica, mas também a saúde e o bem-estar integral dos animais. Duas modalidades que têm ganhado destaque são a alimentação natural e o mix feeding. Ambas recomendadas para todas as idades, mas cada uma possui características específicas.
Alimentação natural
A alimentação natural para pets não deve ser confundida com a simples oferta de alimentos sem qualquer critério nutricional. “Essa dieta é elaborada com ingredientes frescos e saudáveis, planejados de forma balanceada para atender as necessidades específicas de cada fase da vida do animal”, afirma a médica veterinária Vitória Marques, que é responsável técnica e nutróloga da Mascote Fit.
Ela enfatiza que a alimentação natural deve formular e preparar especificamente para pets, incluindo suplementação adequada para garantir a ingestão de todos os nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e ácidos graxos.
Entre os benefícios da alimentação natural está a contribuição para a longevidade e bem-estar dos pets, uma pelagem mais brilhante, redução da queda de pelos e uma diminuição na formação de cálculos urinários.
“Em casos de alergia alimentar, por exemplo, em que o pet pode ter alergia a uma proteína específica causando múltiplas lesões na pele, a dieta natural prescrita por um especialista pode trazer melhorias significativas. Além disso, alguns animais apresentam uma saúde da pele muito melhor com o uso de alimentos naturais”, explica Fernanda Binati, médica veterinária especialista em dermatologia de pequenos animais.
Nutrição pet e alergia
Esse, inclusive, foi o caso de Salt, um shih-tzu que tem dermatite atópica. “Comecei a oferecer alimentação natural para o Salt em 2017, quando ele tinha apenas 10 meses, porque ele se coçava demais, mesmo recebendo ração hipoalergênica. Pouco tempo depois, descobri que ele tinha alergia a frango e essa alimentação natural permite que ele tenha um cardápio variado e balanceado, sem os alimentos a que ele tem sensibilidade”, explica Andressa Xavier Pellanda, tutora de Salt e da Pepper, também um shih-tzu. Adotada em 2019, com um ano, Pepper recebe alimentação natural desde que chegou à casa de Andressa.
Essa opção também melhora a disposição e atividade dos animais, além de reduzir o odor e o volume das fezes devido à melhor digestão. “O cocozinho deles reduziu o volume e não tem cheiro forte. Os dois passaram a ter mais disposição para passear e brincar. Além disso, as coceiras e lambedura de patinha reduziram muito, e o Salt e a Pepper tiveram uma melhora absurda na lágrima ácida [manchas escurecidas e úmidas abaixo dos olhos do cachorro]”, conta Andressa.
Mix Feeding
Já o mix feeding combina alimentos secos (ração) e úmidos (alimentos naturais), em uma dieta balanceada. “A proporção entre ração e alimentos naturais pode variar, mas é importante que sejam balanceadas corretamente. Geralmente, na mix feeding, utilizamos uma proporção de 50% de cada, embora qualquer valor acima de 20% de alimentação natural já seja considerado mix feeding”, conta Vitória.
A modalidade é uma solução ideal para quem deseja incorporar alimentos na refeição do pet sem abrir mão da praticidade da ração. “Essa opção proporciona variedade de texturas, sabores e nutrientes, aumentando a palatabilidade e ajudando na hidratação dos animais”, explica Vitória.
Assim como a alimentação natural, a combinação traz benefícios como a melhora na pelagem e na hidratação, além de poder auxiliar na perda de peso, pois aumenta o volume de alimento ingerido mantendo um controle calórico, o que contribui para uma maior saciedade.
“Eu optei inicialmente pelo mix feeding para que o Gucci [spitz alemão de 5 anos], aos poucos, fosse se acostumando. Foi uma estratégia para uma melhor adaptação. Notei que ele tinha mais energia, maior disposição, e houve uma diminuição na queda de pelos. Ele ficou muito mais ativo”, conta a tutora Tatiana Abrão.
Ambas as dietas tem recomendação a partir do desmame do pet e adequadas para todas as idades, raças e condições de saúde, com adaptações possíveis para necessidades específicas. Contudo, é preciso observar a resposta do organismo do animal atentamente ao introduzir qualquer nova dieta.
Como fazer a transição dessa nutrição do seu pet?
A mudança da ração industrializada para a mix feeding ou para a alimentação natural deve ser gradual. Vitória recomenda preparar a microbiota do pet com o uso de probióticos, facilitando o equilíbrio da flora intestinal. “Na Mascote Fit, por exemplo, o processo de transição feito de forma gradual ao longo de uma semana, aumentando progressivamente a proporção de alimentação natural enquanto se reduz a de ração”, explica.
Segundo a tutora Andressa, a adaptação do Salt e da Pepper foi tranquila. “Fizemos na porcentagem recomendada e eles ganharam probiótico para ajudar na microbiota e evitar dor de barriga. Eu adiciono o suplemento e a cápsula de ômega 3 na hora de servir, direto no potinho da refeição deles, e eles comem tudo sem frescura”, conta.
Assim também aconteceu com Gucci. “O processo para o mix feeding foi excelente. Primeiro, ele comia a alimentação natural e deixava a ração por último no pratinho”. Afirma a tutora Tatiana.
Esteja atento
Garantir que ambas as alimentações sejam balanceadas e nutritivas requer a orientação de um profissional de nutrição veterinária. “Não faça dietas para seu pet sem supervisão médica veterinária, pois isso pode ser extremamente prejudicial para a saúde do animal. A nutrição do seu pet é coisa séria. Você pode provocar excessos e/ou a falta de nutrientes. Em alguns casos, é necessária até a suplementação para que a dieta adequada. Portanto, não tente essas alimentações por conta própria”, diz Fernanda.
Ela ainda ressalta a importância de oferecer alimentos de qualidade para cães e gatos, garantindo uma alimentação rica em nutrientes e sabores. “O equilíbrio é fundamental para não prejudicar a saúde do animal e atender suas exigências nutricionais específicas”.
Fonte: casapino