A medida começou a ser estudada depois da queda dos preços do grão
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) avalia ações para aquisição de feijão e posterior formação de estoques público da leguminosa. A medida começou a ser estudada depois da queda dos preços do grão, segundo o diretor-executivo de Política Agrícola e Informações da companhia, Sílvio Porto.
“Percebemos uma queda bastante significativa dos preços recebidos pelo produtor rural. O que não se justifica quando comparado ao volume e preços de igual período do ano passado”. Disse ele durante webinar para apresentação do oitavo levantamento de safra da estatal, realizada na manhã de terça-feira.
Assim, Porto afirmou que “estamos atentos a isso e, se necessário, faremos ação de aquisição de feijão para formação de estoque público e recolocar isso no mercado no segundo semestre”. Ele não citou preços.
As ações citadas por Porto são os mecanismos de aquisição do governo federal (AGF) ou leilões de Prêmio para o Escoamento de Produto (PEP) ou Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro).
Aliás, a Conab tem autorização a acionar estes instrumentos quando os preços de mercado do produto inferiores aos preços mínimos estabelecidos pela própria companhia aqueles que cobrem os custos de produção.
Para o Paraná, um dos principais produtores de feijão do país, o preço mínimo para feijão preto é de R$ 159,54 a saca de 60kg até outubro deste ano.
Contudo, o preço médio apurado no Estado pela Conab era de R$ 242,42/saca ante R$ 344,95/saca. Segundo dados disponíveis no site da estatal.
Colheita
Segundo levantamento do Irga, o RS tinha um total de 900.203 hectares de arroz colhidos. Do total, estima-se que 84% da produção já colhida e que 2,5% das plantações perdidas.
Assim, em relatório sobre os impactos, o Santander avalia que apesar do atraso da colheita na safra 2023/24. O RS estava adiantado nesse sentido.
Contudo, o relatório é preliminar e não considera as perdas que podem ter ocorrido entre o produto já colhido.
“Mas quanto pode ter perdido nos silos? Desse modo, haverá especulação no curto prazo. Com pressão de alta sobre os preços”. Avalia a professora e pesquisadora do Cepea-Esalq, Andréia Adami.
Em relatório, pesquisadores do Cepea reforçam a preocupação quanto à perda de grãos já colhidos.
“Além disso, algumas estradas estão interditadas, o que também dificulta o carregamento do cereal. Aliás, esse cenário aumenta as incertezas quanto à produtividade da safra 2023/24”, aponta.
Suficiente
Do outro lado das análises que avaliam que as perdas ainda não podem estimar, a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) avalia que a oferta do estado é suficiente.
Em entrevista, o presidente da Fedearroz, Alexandre Velho, defende que o problema logístico que os produtores do RS enfrentam para escoar seus produtos não é motivo para grande alarde.
“Nós já temos rotas alternativas [para fazer o transporte]. O que aliás, está acontecendo com o arroz é uma questão de logística. Não há risco de desabastecimento no país tendo em vista até aumento da área de produção dentro do Rio Grande do Sul e fora do estado”, afirmou Velho.
Velho diz que os problemas são pontuais, principalmente para produtores na região central do estado. Onde há mais risco de alagamento. Segundo o presidente da Fedearroz, o risco de o arroz colhido estragar é baixo, visto que a maioria das armazenagem estão em boas condições.
De antemão, o governo federal já anunciou que poderá importar até um milhão de toneladas de arroz para suprir a demanda e sustentar os preços do arroz.
Fonte: cnn