Conheça um pouco melhor o caça chinês Chengdu J-10C, que esteve presente no confronto entre Índia e Paquistão na Caxemira
O caça chinês Chengdu J-10C, conhecido como “Dragão Vigoroso”, tornou-se o centro das atenções no recente conflito entre Índia e Paquistão na Caxemira, intensificado após o massacre de 26 turistas, a maioria indianos, em abril.
Operado pela Força Aérea do Paquistão, o jato monomotor multifuncional foi responsável pela derrubada de cinco aeronaves indianas, incluindo três Rafaeles franceses. Um MiG-29 e um Su-30. Em uma batalha aérea (7), segundo alegações do Paquistão.
A Índia não confirmou as perdas, mas uma fonte do Ministério da Defesa francês, citada pela emissora norte-americana CNN, admitiu a perda de pelo menos um Rafale.
Como é o caça
O J-10C, fabricado pela AVIC Chengdu Aircraft, é a resposta da China a caças leves ocidentais, como o norte-americano F-16 e o sueco Saab Gripen. Introduzido em 2004 como J-10A, o modelo foi constantemente atualizado.
Produzido a partir de 2015, o caça incorpora um radar AESA (Tipo 1475), que amplia a detecção e a precisão, e sistemas de datalink, comunicações via satélite e ajustes para reduzir a assinatura de radar, segundo o portal norte-americano Business Insider.
O caça pode carregar mísseis ar-ar, como o PL-15, bombas guiadas de precisão, mísseis antinavio e foguetes. Apesar de usar motores russos AL-31F, testes com o motor chinês WS-10 já estão em andamento.
O desempenho do J-10C no conflito está sendo monitorado por Washington e aliados, que estão em busca de pistas sobre as capacidades chinesas em cenários como um possível confronto no Indo-Pacífico ou sobre Taiwan, ilha a qual Pequim reivindica.
“Pense no J-10C como um F-16 moderno, mas com mísseis de longo alcance que podem dar vantagem em certos cenários”, disse David Jordan, professor de estudos de defesa no King’s College London, ao Business Insider.
Comparado ao Rafale, também de geração 4.5, o J-10C é mais rápido. Ele viaja a 2,2 vezes a velocidade do som (ou cerca de 2.695 km/h ao nível do mar), mais que a velocidade de 1,8 vezes a velocidade do som (ou 2.205 km/h ao nível do mar) do francês.
Teste militar da China
O conflito na Caxemira, que matou 38 pessoas e feriu outras 84 em ataques mútuos entre (6) e (7), oferece à China, principal fornecedora de armas do Paquistão. Uma rara oportunidade de testar sua tecnologia em combate real.
Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI), 81% das armas importadas pelo Paquistão nos últimos cinco anos vieram da China. Que entregou o primeiro lote de J-10C a Islamabad em 2022.
O confronto também é uma oportunidade para a China coletar inteligência sobre a Índia, sua rival estratégica, de acordo com a agência de notícias Reuters. Sobretudo, com 267 satélites, incluindo 115 dedicados à vigilância, Pequim monitora as ações indianas em tempo real, superando a capacidade de satélites indianos.
O sucesso do J-10C também reverberou nos mercados. Contudo, as ações da Chengdu Aircraft Corporation subiram 40% na bolsa de Shenzhen nesta semana, refletindo a confiança dos investidores.
Em conclusão, após semanas de tensão, Índia e Paquistão anunciaram um cessar-fogo total (10), mediado pelos Estados Unidos. Todavia, a disputa pela Caxemira, reivindicada por ambos os países, já provocou três guerras desde 1947 e segue como um ponto de instabilidade na região.
Fonte: r7