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O comércio projeta alta nas vendas do Dia das Crianças, prevendo alcançar R$ 9,96 bilhões, um aumento de 1,1% em relação a 2024, quando somaram R$ 9,85 bilhões. Foto: Freepik

Comércio projeta alta nas vendas do Dia das Crianças; data deve movimentar R$ 9,96 bilhões este ano

O comércio deve registrar suas maiores vendas no Dia das Crianças, alcançando o melhor desempenho dos últimos 12 anos

As vendas para o Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, devem alcançar R$ 9,96 bilhões no comércio, alta de 1,1% em relação a 2024, quando somaram R$ 9,85 bilhões. Portanto, caso a projeção se confirme, será o melhor desempenho da data nos últimos 12 anos.

A estimativa, divulgada (1) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), coloca o resultado atrás apenas de 2014, quando as vendas chegaram a R$ 10,5 bilhões. Todavia, os números já estão corrigidos pela inflação.

Dia das Crianças é a terceira principal data para o setor, superado apenas pelo Natal, que movimentou R$ 72,8 bilhões em 2024, e pelo Dia das Mães, que deve atingir R$ 14,5 bilhões em 2025.

Setores mais beneficiados

Segundo a CNC, o vestuário calçados concentram a maior fatia da expectativa, com 27% do total. Sobretudo, a distribuição por segmentos é a seguinte:

  • Vestuário, calçados e acessórios: R$ 2,71 bilhões
  • Eletroeletrônicos e brinquedos: R$ 2,66 bilhões
  • Farmácias, perfumarias e cosméticos: R$ 2,15 bilhões
  • Móveis e eletrodomésticos: R$ 1,29 bilhão
  • Hiper e supermercados: R$ 690 milhões
  • Outros segmentos: R$ 45 milhões

Juros e inflação limitam expansão

Apesar do avanço esperado, a CNC avalia que o crescimento poderia ser maior não fosse o peso dos juros elevados e da inflação.

De acordo com o economista-chefe da entidade, Fabio Bentes, o cenário atual freia o consumo, mesmo com o mercado de trabalho aquecido. “O crédito caro obriga o consumidor a priorizar gastos essenciais, reduzindo compras parceladas, o que afeta diretamente os lojistas de produtos financiados”, explica.

O Comitê de Política Monetária (Copom) mantém a Selic em 15% ao ano para conter a inflação, que acumula 5,13% nos últimos 12 meses, acima do teto da meta de 4,5%.

Crédito encarecido e inadimplência em alta

O efeito direto dos juros elevados é o encarecimento do crédito. Contudo, em julho, a taxa média para o consumidor atingiu 57,65% ao ano, o maior nível para o mês desde 2017, segundo o Banco Central.

Esse cenário também impulsiona a inadimplência: 30,4% das famílias tinham contas em atraso, recorde da série histórica iniciada em 2010 pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

Além do impacto no Dia das Crianças, o comércio acumula quatro meses consecutivos de queda nas vendas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Inflação dos itens infantis

O levantamento da CNC mostra que a inflação dos produtos típicos da data superou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em média, os itens registraram alta de 8,5% em relação ao ano anterior. Quatro categorias tiveram aumento de dois dígitos:

  • Chocolates: 24,7%
  • Doces: 13,9%
  • Lanches: 10,9%
  • Cinema, teatro e concertos: 10,3%

Fabio Bentes aponta que a escalada do preço do chocolate, por exemplo, está ligada à valorização internacional do cacau. “Quando há choque de preços em commodities, o reflexo chega rapidamente ao mercado interno”, explica.

Por outro lado, produtos que lideram as vendas devem apresentar reajustes abaixo do índice geral: brinquedos (4,1%) e roupas infantis (3,3%).

Fonte: times brasil