O país voltou ao primeiro lugar na lista após a reunião de maio, quando a taxa chegou a 12,75% ao ano
O Brasil manteve a liderança do ranking de maiores juros reais dentre as principais economias do mundo. Com a taxa básica do país, a Selic, atingindo 13,25% ao ano. O levantamento, feito pela Infinity Asset, leva em conta os juros de 40 países.
Desse modo, o país voltou ao primeiro lugar na lista após a reunião de maio, quando a taxa chegou a 12,75% ao ano após uma elevação de 1 ponto percentual. Em abril, a Rússiaestava na liderança, mas banco central do país realizou novas reuniões com cortes na taxa de juros nominal, hoje em 9,5%.
Portanto, o “top 5” é formado ainda pelo México, a Indonésia, Colômbia e o Chile.
Segundo o levantamento, a taxa de juros real do Brasil, calculada pela subtração da taxa de juros nominal pela projeção de inflação para os próximos 12 meses, é de 8,10%, ante 6,69% em maio.
Além disso, considerando apenas a taxa de juros nominal, definida pelos bancos centrais, o Brasil foi do quarto para o terceiro lugar, atrás da Argentina (cujos juros subiram de 47% para 49%) e Turquia (cujos juros se mantiveram em 14%) e à frente da Rússia (com juros caindo de 14% para 9,5%)
Aliás, após a alta de juros anunciada na quarta-feira (4), os Estados Unidos subiram tanto no ranking de juros reais, indo da 30ª posição para a 25ª, quanto nominais, passando da 21ª posição para a 20ª.
Os menores juros nominais são da Dinamarca (-0,60%), Suíça (-0,25%) e Japão (-0,10%), enquanto os menores juros reais são da Argentina (-14,16%), Holanda (-6,64%) e Bélgica (-6,59%).
Maiores juros no Brasil traz consequências
De acordo com especialistas, o aumento do juro básico da economia, para conter a inflação, tem vários reflexos na economia, entre os quais:
- aumento das taxas bancárias: a tendência é que novos aumentos também sejam repassados aos clientes. No ano passado, a elevação do juro bancário foi o maior em seis anos. Em fevereiro, a taxa média cobrada pelos bancos foi a maior em dois anos e meio.
- influência negativa no consumo da população e nos investimentos produtivos, impactando negativamente o Produto Interno Bruto (PIB), o emprego e a renda. Na semana retrasada, analistas projetaram uma expansão de 1,2% para este ano, contra um crescimento de 4,6% em 2021.
- despesa adicional com juros da dívida pública. No ano passado, com a elevação da Selic e da inflação, os gastos com juros foram os maiores em seis anos. E a expectativa de economistas é de que essa despesa deve bater recorde em 2022. As despesas com juros impactam a dívida pública, indicador olhado por investidores internacionais.
- aplicações em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures, passam a render mais. Em abril, o Tesouro Direto, programa de oferta de títulos públicos pela internet para pessoas físicas, registrou uma venda de R$ 3,1 bilhões e o numero de investidores ativos bateu recorde.
Fonte: Guaiba, correiobrasil