Produtores enfrentam ritmo lento na colheita do milho em MS
A colheita da segunda safra de milho em MS alcançou (9), 10,2% da área plantada, segundo levantamento divulgado pela Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Estado). O ritmo ainda é considerado lento, com cerca de 214 mil hectares colhidos até o momento. A expectativa é que o pico da colheita aconteça ao longo de julho, com encerramento previsto para o fim de agosto.
A região central do Estado lidera os trabalhos no campo, com 12,5% da área já colhida. No entanto, dois fatores têm influenciado diretamente no atraso da operação; a umidade elevada dos grãos e a falta temporária de caminhões para o transporte da produção.
Segundo Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja-MS, o produtor rural tem optado por deixar o milho secar naturalmente na lavoura para evitar os custos com secagem artificial. “Como o milho tolera mais tempo no campo, os produtores não veem necessidade de antecipar a colheita, ainda mais quando os preços estão desfavoráveis”, explica.
Falta de caminhões e impacto no cronograma
Outro desafio enfrentado pelos produtores é a escassez de caminhões, principalmente na região central do Estado. A situação dificulta o escoamento da produção, mas, segundo Balta, o problema é pontual e tende a se resolver com o avanço da colheita. “O pico ocorre geralmente a partir de julho, então a tendência é que a logística se normalize nas próximas semanas”, afirma.
Em Chapadão do Sul, o atraso no plantio da soja no início do ano também impactou o calendário da colheita do milho. O produtor rural e diretor da Aprosoja, Pompílio Silva, explica que os agricultores plantaram o milho apenas em fevereiro e março, o que naturalmente atrasou a fase de colheita.
Pressão sobre os preços e armazenagem limitada
No cenário econômico, o analista da Aprosoja-MS Mateus Fernandes destaca que o aumento da oferta tem pressionado os preços do milho para baixo, agravado ainda mais pela valorização do real frente ao dólar. “A queda do dólar tem impacto direto sobre o preço do milho no mercado interno”, explica Fernandes.
Outro ponto de atenção, segundo o analista, é a capacidade limitada de armazenagem no Estado, que pode comprometer as margens de lucro dos produtores. “Esse déficit de armazenagem é um gargalo que precisa ser resolvido para garantir mais segurança e melhor planejamento ao produtor”, completa.
Clima favorece os trabalhos
A boa notícia é que a previsão do tempo para os próximos dias indica clima firme e seco em todas as regiões de Mato Grosso do Sul. Isso deve, portanto, favorecer o avanço da colheita. Além disso, melhora as condições de armazenagem temporária.
Com o ritmo mais lento no início, os produtores esperam compensar o atraso nas próximas semanas e manter as projeções de produtividade da safrinha 2024.
Fonte: Aprosoja-MS