Destruição quase total
O cenário é descrito como de destruição quase completa: o município estima que 90% da área urbana foi afetada e que cerca de 700 casas foram danificadas. Em entrevista ao Estadão (9), a capitã Luisiana Guimarães Cavalca, que representa o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, informou que equipes ainda percorrem as áreas atingidas e georreferenciam imóveis danificados pelo tornado. Que gerou, contudo, ventos acima de 250 km/h, matou seis pessoas e feriu mais de 800 moradores.
Engenheiros voluntários avaliam estruturas
“O Crea está com mais de 200 engenheiros voluntários. De diversas especialidades. Que vão avaliar as estruturas e definir o destino dos escombros e riscos de novas quedas. Esse levantamento deve durar de sete a dez dias”, afirmou Cavalca.
Prioridade: materiais de construção e mão de obra
O porta-voz da prefeitura, Alex Garcia, reforçou que ainda não há levantamento financeiro consolidado. Mas afirmou que a prioridade agora é por doações de materiais de construção e de mão de obra:
“Nesse momento, a população de Rio Bonito do Iguaçu está precisando de mão de obra qualificada e também de materiais de construção. A gente disponibilizou uma chave Pix (CNPJ: 95.587.770-0001-99) para quem não puder fazer doação de materiais de construção ou de mão de obra.”
Equipamentos e ações emergenciais do governo estadual
O governo do Paraná anunciou que mais de 30 equipamentos, entre escavadeiras, caminhões e tratores, estão sendo usados para desobstruir vias, remover destroços e reorganizar os espaços públicos.
“Hoje o foco é começar a limpar a cidade. Retirar os entulhos e, principalmente, fazer o levantamento dos danos e prejuízos para que possamos, da maneira mais breve possível, fazer chegar recursos financeiros a essas pessoas, aos comerciantes e permitir o retorno à normalidade”, afirmou o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Shunig.
A expectativa, segundo Shunig, é que em dois ou três dias a cidade esteja “limpa”. O decreto de calamidade pública assinado pelo governador Ratinho Junior (PSD) deverá facilitar o acesso da população a recursos financeiros que possibilitem a reconstrução dos imóveis.
Decreto de calamidade e medidas emergenciais
Na prática, a medida reconhece oficialmente a gravidade da situação e, portanto, permite que o governo do Estado adote ações emergenciais, como, por exemplo, a dispensa de licitações, a mobilização imediata de recursos e ainda o pedido de apoio federal. Além disso, o município também pode solicitar recursos da União e do Fundo Estadual de Calamidade Pública (Fecap), bem como firmar convênios emergenciais para reconstrução.
Projeto de lei amplia acesso a recursos – Cidade destruída por tornado no PR prioriza doações de materiais de construção
O governo do Paraná encaminhou (8) à Assembleia Legislativa, em regime de urgência, um projeto de lei que altera a lei do Fecap. Até então, a lei permitia apenas repasse a fundo com municípios. Se aprovada, a mudança vai permitir o envio direto de recursos financeiros às famílias que tiveram as casas destruídas.
Os critérios serão estabelecidos por decreto, mas a ideia é liberar até R$ 50 mil por família.
O governador Ratinho Junior (PSD) também autorizou a liberação imediata de recursos para os municípios atingidos. O governo aplicará as verbas em obras emergenciais, como a reconstrução de estradas, pontes, escolas, creches e unidades de saúde destruídas.
Apoio federal e liberação de recursos
No âmbito federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu o estado de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu. O que garante acesso imediato a recursos para socorro e reconstrução.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, informou ao Estadão que pediu ao presidente da Caixa Econômica Federal a liberação dos recursos do FGTS para os atingidos.
Em nota, disse que uma equipe do Grupo de Apoio a Desastres (Gade) foi mobilizada para o Paraná e que técnicos da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) foram acionados para auxiliar nas ações de resposta e assistência humanitária.
Governo federal acompanha a situação
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, desembarcou (9) em Rio Bonito do Iguaçu para acompanhar a situação e se reunir com autoridades locais e estaduais.
“A equipe está autorizada a solicitar tudo o que for necessário da parte do governo federal para empregar na operação. Seja força humanitária, equipamentos ou apoio logístico. O governo do presidente Lula trabalha de forma integrada, mobilizando todos os ministérios”, afirmou Waldez antes da viagem.
Fonte: infomoney





