Zeng Yixin, vice-ministro da Saúde, disse que isso mostra “desrespeito ao bom senso e arrogância para com a ciência”
A China rejeitou o próximo estágio de um plano da Organização Mundial da Saúde (OMS) para investigar as origens da pandemia do coronavírus. Dessa forma, a organização quer auditar laboratórios na área em que o vírus foi identificado pela primeira vez.
Mas Zeng Yixin, vice-ministro da Saúde, disse que isso mostra “desrespeito ao bom senso e arrogância para com a ciência”. Especialistas da OMS disseram que é muito improvável que o vírus tenha escapado de um laboratório chinês, mas a teoria perdurou.
Os investigadores puderam visitar Wuhan – a cidade onde o vírus foi detectado pela primeira vez em dezembro de 2019 – em janeiro deste ano. Mas, no início deste mês, o chefe da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, delineou os termos da próxima fase do inquérito. Isso incluiu olhar para certas instituições de pesquisa científica.
Ele agora pediu à China que seja mais cooperativa nos estágios iniciais do surto.
Ele pediu que Pequim “seja transparente, seja aberto e coopere” com os investigadores e forneça dados brutos dos pacientes que não foram compartilhados durante a primeira investigação.
Zeng disse (22/7) que estava extremamente surpreso com a proposta da OMS porque ela se concentrava em supostas violações dos protocolos de laboratório da China. Ele comentou que é “impossível” para a China aceitar os termos, acrescentando que o país apresentou suas próprias recomendações de rastreamento de origens.
Especialistas chineses
“Esperamos que a OMS analise seriamente as considerações e sugestões feitas por especialistas chineses e trate verdadeiramente o rastreamento da origem do vírus Covid-19 como uma questão científica e se livre da interferência política”, disse Zeng, segundo a Reuters.
Yuan Zhiming, diretor do Laboratório Nacional de Biossegurança do Instituto de Virologia de Wuhan, também apareceu na entrevista coletiva. Ele disse que o vírus era de origem natural e não manteve nenhum vazamento de vírus ou infecções na equipe desde sua inauguração em 2018.
Mais de quatro milhões de pessoas morreram em todo o mundo desde o início da pandemia e a OMS tem enfrentado uma pressão internacional crescente para investigar mais a fundo as origens do vírus