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China é a nova terra do agro. País quer converter 90 milhões de hectares até 2030 e reduzir a dependência de importações Foto: Pixabay.com

CHINA: a nova terra do agro! País vai transformar 90 milhões de hectares em terras agrícolas com foco em produção de grãos

China é a nova terra do agro com tecnologia de ponta para reduzir importações

Com tecnologia de ponta, irrigação moderna e agricultura de precisão, a China é a nova terra do agro e prepara a maior transformação agrícola do mundo. O país pode impactar até o mercado global de grãos, numa corrida silenciosa por soberania alimentar e inovação rural.

Plano agrícola chinês quer converter 90 milhões de hectares até 2030 e assim, reduzir a dependência de importações com ajuda da tecnologia e agricultura de precisão.

A meta faz parte de um plano estratégico divulgado recentemente pelo Conselho de Estado da China e tem como principal objetivo reforçar a produção nacional de grãos, reduzindo sobretudo a vulnerabilidade às importações e às tensões geopolíticas globais.

De acordo com o comunicado oficial, o projeto visa transformar áreas consideradas prioritárias para a estabilidade alimentar, com infraestrutura moderna, alta produtividade e capacidade de resistir a eventos climáticos extremos, como secas prolongadas ou inundações severas.

Modernização do campo é prioridade até 2030

A meta ambiciosa inclui a conversão de 1,35 bilhão de mu (medida chinesa equivalente a cerca de 90 milhões de hectares) até o fim da década.

Além disso, o governo pretende que, até 2035, todas as chamadas “terras agrícolas básicas permanentes elegíveis” estejam totalmente adaptadas aos padrões de excelência agrícola.

Antes de mais nada, essas áreas têm proteção legal contra usos não agrícolas e são vistas como essenciais para manter um fluxo estável e seguro de produção alimentícia.

O movimento é parte de uma estratégia mais ampla para reverter o histórico declínio das áreas cultiváveis na China, que vinha anteriormente sendo registrado nos últimos anos.

O que define uma terra agrícola de alto padrão?

Conforme o portal Compre Rural, no plano chinês, terras de alto padrão são aquelas que contam com recursos estruturais e tecnológicos capazes de garantir alta produtividade com sustentabilidade.

As características básicas dessas áreas incluem

  • Sistemas modernos de irrigação
  • Assim como mecanismos de controle contra desastres naturais
  • Solo com qualidade e fertilidade aprimoradas
  • Gestão digital baseada em tecnologias como agricultura de precisão e por fim, inteligência artificial

Essa estrutura robusta permite maior eficiência na produção, assim como menor desperdício de recursos e menor risco climático. Além disso, reduz significativamente a dependência externa de alimentos.

China é a nova terra do agro e resultados já começam a aparecer

A produção de grãos da China atingiu um novo recorde em 2024. Foram 706,5 milhões de toneladas, ou seja, um crescimento de 1,6% em relação ao ano anterior.

Esse dado é um indicativo direto do impacto positivo que os investimentos em terras agrícolas estruturadas já estão trazendo ao setor.

Desde 2021, o país observa aumento líquido na área total de terras agrícolas, revertendo assim uma tendência de retração que preocupava especialistas.

De acordo com o Conselho de Estado, até o final de 2024, mais de 1 bilhão de mu, o equivalente a 66,6 milhões de hectares, já haviam sido convertidos.

Tecnologia será aliada do agro chinês

O governo chinês lançou, paralelamente, um plano quinquenal (2024-2028) para promover a chamada agricultura inteligente.

O projeto envolve a adoção em larga escala de tecnologias como big data, GPS agrícola, sensores de solo, bem como drones e inteligência artificial.

Essas ferramentas devem melhorar o monitoramento das safras, antecipar riscos, otimizar recursos naturais e por fim, gerar dados para decisões mais assertivas no campo.

Em suma, essa digitalização é vista como um pilar essencial para sustentar o crescimento da produção de alimentos no país. Isso pode colaborar muito para alcançar a meta de autossuficiência alimentar.

Exemplos regionais – Xinjiang sai na frente

Uma das regiões que mais avançaram na conversão de terras é Xinjiang, localizada no noroeste da China.

Até o final de 2022, cerca de 3,34 milhões de hectares já haviam sido transformados em terras agrícolas de alto padrão, representando quase 47,4% das áreas cultiváveis locais.

A região se destaca pela rapidez na adoção de tecnologias e por já apresentar ganhos consideráveis em produtividade e resistência a eventos climáticos.

A experiência de Xinjiang serve como modelo para outras províncias do país.

Segurança alimentar como estratégia nacional

A preocupação com a segurança alimentar se intensificou na China nos últimos anos, especialmente diante do cenário geopolítico global instável e do impacto das mudanças climáticas.

O plano do governo, além de transformar áreas cultiváveis, também se alinha a outras ações, como o fortalecimento de estoques estratégicos de grãos, investimentos em biotecnologia agrícola e estímulos para pequenas e médias propriedades.

A China já estabeleceu um limite mínimo de 124,33 milhões de hectares de terras aráveis; uma marca importante para garantir que, mesmo com a modernização, o país continue mantendo sua base produtiva sólida.

A infraestrutura de irrigação também impressiona. São mais de 10 milhões de quilômetros de redes construídas em todo o território, garantindo fornecimento de água mesmo em áreas mais áridas.

Impacto global e recado ao mercado

Especialistas avaliam que o projeto pode redesenhar o cenário da produção agrícola global. Assim, a China pode se transformar na nova terra do agro. E um dos principais motivos é que o país é um dos maiores compradores de grãos do mundo, como soja e milho.

Com maior capacidade de produção interna, o país tende a reduzir sua presença como importador no mercado internacional. Isso pode impactar economias exportadoras, incluindo o Brasil.

Por outro lado, a implementação de tecnologias agrícolas avançadas e práticas sustentáveis pode abrir portas. Novas parcerias estratégicas internacionais podem surgir, especialmente na troca de conhecimento e inovação no setor.

O agro chinês mostra que o futuro já começou

Com metas claras, prazos definidos e foco em tecnologia, a China demonstra que está determinada a alcançar a autossuficiência alimentar em grande escala.

A transformação de 90 milhões de hectares em terras agrícolas de alto padrão representa uma virada histórica na forma como o país encara sua relação com a produção de alimentos.

A combinação entre estrutura física moderna e ferramentas digitais coloca a agricultura chinesa em um novo patamar de competitividade e resiliência.

Enquanto o mundo observa, a China planta as sementes do seu próprio futuro agrícola.

E você, acredita que o Brasil poderia seguir um modelo semelhante de modernização e expansão agrícola, com foco em tecnologia e sustentabilidade?

Fonte: Click Petróleo e Gás