Jinping Underground Lab II fica dentro de uma montanha, isolado por uma gigantesca camada de mármore
A China inaugurou, na quinta-feira (7), o maior e mais profundo laboratório subterrâneo do mundo, a infraestrutura ultra tecnológica foi construída a 2.400 metros de profundidade, na província de Sichuan, no sudoeste da China, para estudar uma substância invisível conhecida como matéria escura.
Assim, planetas, estrelas, galáxias, gases, poeira, corpos celestes de todos os tipos. Somadas, todas as coisas observáveis do Universo compõem apenas 5% dele. O resto formado por duas coisas estranhas: a chamada energia escura, que compõe 68% do Universo, e a matéria escura, que completa os outros 27%.
Aliás, a ciência sabe que elas existem porque, pelas regras da matéria “normal”, a expansão do Universo já deveria estar desacelerando (a gravidade faz com que os pedaços de matéria atraiam uns aos outros, e espalhem menos). Mas o que acontece na prática é o contrário: a expansão do Universo está ficando mais rápida.
A resposta para isso está na energia e na matéria escuras: colocando-as na equação, a conta fecha. Até hoje, ninguém conseguiu observá-las diretamente. Mas há cientistas tentando: o China Dark Matter Experiment (CDEX) busca detectar partículas hipotéticas, como axions, neutralinos e partículas de Kaluza-Klein, que podem fazer parte da matéria escura.
Extremamente isolante
Ele começou em 2010, e até hoje não encontrou nada. Mas vai ganhar uma versão maior e mais poderosa na nova ala do China Jinping Underground Lab II (CJPL-II).
E essa rocha é mármore, extremamente isolante: barra quase totalmente os raios cósmicos que chegam à Terra. Isso protege o CDEX de interferências e permite que ele tente detectar o mínimo indício da tais partículas hipotéticas.
Isso também vale para os sensores do experimento PandaX, que está sendo conduzido no laboratório subterrâneo, e também procura matéria escura.
Segundo os cientistas chineses, o laboratório de Jinping recebe 99% menos radiação cósmica que o de Gran Sasso, na Itália. Que aliás, costumava ser o maior centro de pesquisas subterrâneo do mundo.
O laboratório chinês aproveitou a construção de uma usina hidrelétrica, a Jinping II, que exigiu a escavação de sete túneis nas montanhas (para escoamento de água e transporte de máquinas). Assim, cientistas da Universidade Tsinghua, em Pequim, tiveram a ideia de montar um centro de pesquisa dentro do sétimo túnel que, agora, drasticamente ampliado.
Fonte: super