Segundo o IPCA, apenas a carne de porco teve baixa nos últimos 12 meses
As principais proteínas que compõem o prato do brasileiro têm dado espaço para a carne de porco. Em meio, contudo, às sucessivas altas de preço. Entre a carne bovina, bem como o frango, o peixe e até os ovos. Como também, os suínos fogem aos impactos da inflação. Já no mês de maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou queda de 5,52% na carne de porco. Isso, no acumulado dos últimos 12 meses.
Aliás, o grupamento de aves e os ovos soma 20,36% de aumento no mesmo período. Só os ovos tiveram 18,39% de alta e o frango em pedaços, 22,71%. Já entre as carnes vermelhas, itens como o contrafilé, a picanha e o filé mignon registraram 13,18%, 9,88% e 9,43% de subida nos preços, respectivamente. Os pescados também ficaram ainda mais caros nos últimos 12 meses. Cerca de 5,41% de acréscimo.
Além disso, o economista-chefe da consultoria agro Safras & Mercado, Fernando Iglesias, explica que o câmbio tem favorecido a exportação das carnes. E, logo, o preço interno é afetado pela baixa oferta.
“Os preços escalam e a dinâmica passa ser optar por outras proteínas como o ovo e os suínos. Sobretudo, quando a gente tem essa exportação agressiva do boi. E além disso, uma exportação do frango que vem muito bem no ano de 2022”, destacou o economista.
O ovo é o produto que apresentou a maior variação de preço
Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) foi além. E, dessa forma, verificou quanto os produtos de mercado, como as proteínas, subiram desde o início da pandemia. E o quanto esse valor fica acima da inflação oficial do período. De 19,9% desde março de 2020.
O levantamento revelou que o ovo é o produto que apresentou a maior variação de preço desde o início da pandemia. A dúzia registrou alta de 202,13% acima da inflação oficial. Com a cartela indo de R$ 6,99, em março de 2020, para R$ 22,51 em maio deste ano.
“Esse aumento do ovo afeta principalmente a população de renda mais baixa. Pois a mesma já tinha dificuldade de comprar outras proteínas. Como a carne vermelha por exemplo. E já tinha o ovo como proteína principal. A carne suína está saindo mais barata”, afirmou João Eloi Olenike, presidente executivo do IBPT.
O estudo do IBPT também apontou que o quilo da carne bovina e o quilo de frango registraram alta de 91,11% e 70,08%, respectivamente. Sobretudo, acima da inflação oficial de 19,9% em pouco mais de dois anos.