No momento, você está visualizando Carne bovina dispara nos EUA, atinge máxima de R$ 143/kg e pode piorar com tarifa ao Brasil
Carne bovina disparou nos EUA, e atingiu máxima de R$ 143/kg. Com a tarifa do Brasil, esse cenário pode piorar ao decorrer dos dias. Foto: Wikimedia Commons

Carne bovina dispara nos EUA, atinge máxima de R$ 143/kg e pode piorar com tarifa ao Brasil

Neste mês de julho, os preços da carne bovina subiram em grau elevado nos EUA, e a situação pode piorar com as tarifas de importação impostas por Trump ao Brasil

Os preços da carne bovina nos EUA atingiram novos recordes em julho e tendem a seguir pressionados, em meio à combinação de estoques domésticos reduzidos e tarifas de importação impostas pelo governo Trump ao Brasil.

Segundo o Departamento de Estatísticas de Trabalho (BLS, na sigla em inglês), o índice de carne bovina e vitela subiu 2,5% em julho. Acumulando alta de 11,3% em 12 meses. Todavia, o preço médio da carne moída chegou a US$ 6,34 por libra (equivalente a R$ 76 por quilo), enquanto o de bifes crus atingiu US$ 11,88 por libra (R$ 143/kg) — ambos em máximas históricas. Contudo, um ano antes, esses valores eram de US$ 5,62/lb (R$ 68/kg) e US$ 10,86/lb (R$ 60/kg), respectivamente.

Sobretudo, o Departamento de Agricultura (USDA) estima que o rebanho de bovinos nos EUA recuou para 94,2 milhões de cabeças. Frente a 94,4 milhões em 2020. Contudo, a projeção oficial é que a produção de carne caia para 31,1 bilhões de libras em agosto de 2026, o menor nível desde 2019.

A oferta limitada se traduz em preços mais altos para pecuaristas e frigoríficos. O WASDE de agosto aponta corte nas previsões de abate e de peso médio dos animais em 2025, prolongando a escassez. “A força recente dos preços e a resiliência da demanda sustentam a valorização do gado, e isso está sendo carregado para 2026”, informou o USDA.

Ao Wall Street Journal, o CEO da JBS USA, Wesley Batista Filho, afirmou que não há alternativa imediata capaz de substituir o fluxo brasileiro: “Austrália e outros exportadores não têm volume suficiente para cobrir essa lacuna. O resultado será uma disputa mais intensa por cortes magros de carne, essenciais para a produção de hambúrgueres”, falou.Por fim, a pressão já se faz sentir nas redes de fast-food. O Wall Street Journal relata que, sem a gordura importada do Brasil, empresas estão tendo que recorrer a cortes nobres do gado americano, como o round primal (parte traseira), para compor a carne moída. Esse redirecionamento pode encarecer também bifes e churrascos. “Esse lean vai ter que vir de algum lugar”, disse Batista Filho. “As coisas vão ter que se ajustar”.Fonte: infomoney