De acordo com cardeal brasileiro, cardeais convocaram-se para o conclave em Roma, onde escolherão o novo papa, confira
Um dos cardeais brasileiros que irão participar do conclave, Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, afirmou que os cardeais responsáveis pela escolha do novo papa já foram convocados para Roma. As declarações foram dadas em entrevista à GloboNews (21), dia que morreu o papa Francisco. Segundo ele, a primeira reunião para definir a agenda dos próximos dias está marcada para esta terça-feira, dia 22.
É por meio do conclave que o Colégio dos Cardeais, composto por clérigos católicos de alto escalão, elegerá o próximo papa. Conclave, do latim cum clave, é uma referência ao fato de que os cardeais ficam literalmente “com chave” da convivência com o exterior durante o processo de escolha.
“Recebemos hoje uma convocação do Colégio Cardinalício. O Conclave, amanhã, já vai ter uma reunião. [Na convocação], pediram para ir a Roma porque o papa vai ser sepultado. Amanhã, tem uma primeira reunião que deve definir uma agenda e, depois, [começa] a primeira parte do Conclave”, disse o cardeal ao jornal.
De acordo com a explicação de Dom Paulo, na primeira parte do conclave acontecem diversas conversas e cada cardeal tem um tempo para falar sobre questões principais –seja da humanidade, ou da vida da Igreja.
“Ali, já começa a se definir o perfil de um futuro Papa. Depois que termina essa primeira parte, começa a reunião na Santa Marta, onde só participam cardeais com menos de 80 anos, que é a votação para a escolha do novo Papa”, complementou.
Brasileiros entre os favoritos
O Colégio dos Cardeais deve convocar o conclave entre 15 e 20 dias após a morte ou renúncia de um papa. Para ser elegível, o candidato deve ser um católico romano batizado do sexo masculino, mas há séculos os cardeais selecionam exclusivamente alguém de suas fileiras. Atualmente, existem mais de 240 cardeais em todo o mundo. Só aqueles com menos de 80 anos têm voto no conclave. Atualmente, 138 eleitores compõem o grupo, embora o número costume se limitar a 120.
Segundo especialistas em Vaticano, entre os “favoritos”, existem dois nomes brasileiros na corrida para assumir o posto mais alto da Igreja Católica. São eles:
Cardeal Sérgio da Rocha
Nascido em Dobrada, no interior de São Paulo, o cardeal é mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, também em São Paulo, e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma.
O Papa Francisco criou Rocha cardeal em 2016 e o nomeou arcebispo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil em 11 de março de 2020.
Antes de assumir a primazia da arquidiocese de Salvador, Rocha foi arcebispo em Teresina e em Brasília. Em 2021, o Papa Francisco nomeou o cardeal membro da Congregação para os Bispos. Contudo, a Congregação para os Bispos é um dos principais organismos da Cúria Romana, que cuida da criação das dioceses, da nomeação de bispos, das visitas ad Limina e dos encontros de bispos novos.
Cardeal Leonardo Ulrich Steiner
Elevado pelo papa em maio de 2022, Steiner tornou-se o primeiro cardeal da Amazônia brasileira. Nascido em Forquilhinha (SC), ele fez sua profissão religiosa na Ordem dos Frades Menores em 1976, ainda aos 25 anos, e ordenou-se sacerdote dois anos depois.
Nomeado bispo em 2005 pelo papa João Paulo II (1920-2005), ele tomou posse como arcebispo de Manaus em janeiro de 2020. Todavia, após assumir o cargo ocupado por Dom Sergio Castriani desde 2012.
O cardeal é bacharel em Filosofia e Pedagogia pela Faculdade Salesiana de Lorena. Desse modo, ele também obteve a licenciatura e o doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum de Roma.
Por fim, ainda em 2020, Steiner declarou ter considerado sua nomeação como cardeal “uma expressão de carinho, acolhida, proximidade e cuidado do papa Francisco para com toda a Amazônia”.
Fonte: globonews