A Coreia do Sul vai se juntar aos países que desenvolvem caças supersônicos
O caça KF-21 da Coréia do Sul realizou com sucesso seu primeiro teste de voo (19). Cerca de 6 anos e meio após o início de seu gigantesco projeto de desenvolvimento. Apesar do ceticismo sobre obstáculos tecnológicos, custo-benefício e outras questões de viabilidade.
Na 3ª Ala de Treinamento de Voo da Força Aérea em Sacheon, cerca de 300 quilômetros ao sul de Seul, o avião decolou. Sinalizando, desse modo, que a Coreia do Sul está a caminho de se juntar a um clube de elite de sete países que desenvolveram caças supersônicos localmente.
O voo inaugural do projeto de 8,8 trilhões de wons (US$ 6,67 bilhões) ocorreu quando o país vem sendo pressionando para substituir sua frota envelhecida. De caças F-4 e F-5 pelo jato de última geração. E assim, reforçar seu poder aéreo para combater os ataques da Coreia do Norte.
A Coreia do Sul vislumbrou pela primeira vez o projeto de desenvolvimento do jato em novembro de 2000. No entanto, quando o então presidente Kim Dae-jung revelou a esperança do país de se tornar um fabricante avançado de caças até 2015. Essa revelação ocorreu, desse modo, em uma cerimônia de lançamento do avião de treinamento indígena KT-1.
O projeto deu um pequeno passo em novembro de 2002. Especialmente quando o Estado-Maior Conjunto fez um plano de longo prazo para desenvolver um caça de ponta. Esses caças teriam capacidades que vão além do caça KF-16 e entregam cerca de 120 unidades.
Uma pesquisa decidiu em 2013 um plano detalhado para o projeto do caça
Mas o ceticismo ainda era galopante. As duas agências estatais, o Instituto de Análises de Defesa da Coreia e o Instituto de Desenvolvimento da Coreia tiraram suas conclusões. Assim, através de suas análises separadas em 2003 e 2007, respectivamente, que o projeto não era viável.
No entanto, o projeto ganhou impulso muito necessário em 2009. Quando outro estudo encomendado pelo governo pela Universidade Konkuk concluiu que o esquema de desenvolvimento de caças era economicamente viável.
O governo então prosseguiu com um processo de pesquisa inicial de 2011-2012. E assim, decidiu em 2013 um plano detalhado para o projeto do caça. Incluindo, dessa forma, as capacidades operacionais necessárias e o período de implantação alvo.
Como amplamente antecipado, a questão de garantir as principais tecnologias de combate permaneceu um desafio difícil.
O Sul inicialmente procurou garantir tecnologias-chave para quatro equipamentos críticos. Um sistema de radar ativo de varredura eletrônica (AESA). Além de um sistema de busca e rastreamento por infravermelho (IRST). Como também, um pod de rastreamento eletro-óptico (EO TGP). Bem como, um equipamento de radiofrequência (RF ) jammer, dos Estados Unidos.
A 1ª fase custou 8,1 trilhões de won e a Indonésia entrou com 20% do valor
A resposta dos EUA ao pedido em abril de 2015 foi negativa, forçando o Sul a se concentrar no desenvolvimento doméstico das tecnologias necessárias.
A Administração do Programa de Aquisição de Defesa, estatal, assinou um contrato de desenvolvimento de caças com a Korea Aerospace Industries Ltd. (KAI). A única fabricante de aeronaves do país, em dezembro de 2015.
Na primeira fase do projeto, que custou 8,1 trilhões de won, a Indonésia participou como parceira de um acordo para arcar com 20% do valor. Após a primeira fase, para desenvolver o sistema geral de caças até 2026, a segunda fase, que custa 700 bilhões de won, vai até 2028. Com o objetivo de realizar testes de armamento.
O ceticismo inicial sobre o projeto se transformou em otimismo. Pois as empresas de defesa locais prosseguiram com sucesso. Desenvolvendo, desse modo, tecnologias necessárias para os quatro principais equipamentos no centro das operações de batalha do caça.
A Hanwha Systems Co está no caminho certo para desenvolver o sistema de radar AESA. Principalmente, com seu protótipo revelado em agosto de 2020. Quatro anos após o lançamento do esforço de desenvolvimento do radar.
O sistema AESA pode detectar e rastrear vários alvos simultaneamente e extensivamente. Pois o feixe de ondas de rádio é direcionado eletronicamente para pontos em diferentes direções sem mover a antena.
Cinco protótipos do Caça KF-21 foram lançados para fins de teste
A Hanwha Systems também foi responsável pelo desenvolvimento do IRST e EO TGP. O sistema IRST é projetado para detectar e rastrear objetos que emitem radiação infravermelha, enquanto o EO TGP é para identificar alvos e guiar munições de precisão, como bombas guiadas a laser.
A LIG Nex1 tem trabalhado no desenvolvimento do conjunto de guerra eletrônica (EW) do caça, incluindo o jammer de RF projetado para a interrupção de sinais de rádio.
O caça de 4,5 geração será equipado com mísseis ar-ar, como o AIM-2000 da alemã Diehl e o Meteor da europeia MBDA.
Dessa forma, até agora, cinco protótipos do Caça KF-21 foram lançados para fins de teste, com o sexto previsto para este mês. Os protótipos estão programados para realizar 2.000 missões combinadas ou mais para concluir o desenvolvimento geral do caça até 2026.
Além desses procedimentos de teste, o projeto do Caça KF-21 enfrenta outros obstáculos, como os pagamentos em atraso da Indonésia.