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A equipe da Embrapa Pantanal (MS) e a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Pantaneiro (ABCBP) realizaram o registro genealógico.

Bovinos do rebanho da Embrapa ganham registro genealógico

Os dados desses animais estarão disponíveis na Plataforma Alelo de Recursos Genéticos

A equipe da Embrapa Pantanal (MS) e a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Pantaneiro (ABCBP) realizaram o registro genealógico de nove touros e 55 matrizes pertencentes ao rebanho do Núcleo de Conservação do Bovino Pantaneiro, do Campo Experimental da Fazenda Nhumirim.

Dessa forma, os machos e fêmeas jovens avaliados e pré-selecionados para um registro futuro, dependente do seu desenvolvimento e características raciais. Trata-se de um importante passo para o processo de registro da raça junto ao Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa).

Segundo a pesquisadora Raquel Soares Juliano, da Embrapa, responsável há 15 anos pelas pesquisas realizadas com o Bovino Pantaneiro, cada animal passou por uma avaliação técnica para atender aos critérios que determinam o padrão racial e foram identificados com uma marca e numeração junto à ABCBP, além de registro fotográfico individual.

“Aproveitamos para classificar, individualmente, o escore corporal e frigorífico dos bovinos e detectar animais com características interessantes mantidas nessa população: diversidade de pelagens, habilidade materna, mansidão, produção satisfatória de crias, longevidade, boa conformação para produção de carne e leite”, detalha a pesquisadora.

Bovinos registro genealógico

Raquel Juliano destaca que o registro dos animais na ABCBP fortalece o trabalho de conservação e uso do Bovino Pantaneiro, que vem sendo realizado desde a década de 1980, quando o primeiro rebanho de conservação foi implantado, na Embrapa Pantanal.

Por isso, o esforço reúne também outras Unidades da Embrapa, criadores, técnicos, universidades e instituições de pesquisa.

“As pesquisas realizadas ao longo dos anos demonstraram que o Bovino Pantaneiro tem como principal diferencial o fato de ser o taurino mais adaptado às duras condições do Pantanal.

Então, esses animais produzem carne macia e suculenta, com bom marmoreio e leite com alto teor de gordura; os touros possuem alta libido e as vacas são muito longevas e prolíferas.

Os rebanhos acompanhados pelos pesquisadores e pela ABCBP criados tradicionalmente em sistemas extensivos, a pasto, sendo uma boa opção em empreendimentos pecuários com perfil de atendimento a nichos mercadológicos”, explica a pesquisadora.

Sendo assim, ela informa que o rebanho da Embrapa Pantanal auxilia a definir critérios para a seleção de animais, que, em um futuro breve, a base do melhoramento genético da raça.

“Esse processo não isolado. A participação dos criadores é fundamental para a adoção desse patrimônio genético brasileiro e sua consolidação como oportunidade de negócio rentável, comprometido com aspectos de qualidade e sustentabilidade”, defende.

Registro dos Bovinos genealógico junto ao Ministério

A pesquisadora explica que um dos critérios, considerados pelo Ministério no processo de reconhecimento de uma raça, é o número de animais com registro genealógico feito pela associação de criadores.

“Por isso, os animais do Núcleo de Conservação da Embrapa ajudam no cumprimento desta exigência. A continuidade do monitoramento genético desse rebanho pode disponibilizar, para os criadores interessados, animais de alto valor zootécnico.

A nota técnica com as informações solicitadas encaminhadas ao Ministério e servirão como base para o reconhecimento oficial do Bovino Pantaneiro como raça”, esclarece Raquel Juliano ao enfatizar que esse registro dá ao Bovino Pantaneiro o status de “produto”.

Contudo, sob a responsabilidade da ABCBP, a qual se compromete a acompanhar a genealogia e a qualidade racial dos rebanhos, garantindo maior valor zootécnico aos animais.

Sendo assim, essa qualidade deve se estender aos produtos relacionados, incluindo sêmen e embriões, que comercializados como material genético diferenciado, participar de exposições pecuárias, e ter benefícios fiscais como outras raças registradas.

“É o início de um novo capítulo para a raça, e seus criadores”, declara.

Bovino Pantaneiro

Yorgos Salles Graça, criador de Bovino Pantaneiro, de Porto Esperidião (MT), tem investido na ideia de ter animais compactos, com aproximadamente 350 kg, com alta eficiência reprodutiva, selecionando animais adaptados às condições do sistema produtivo do Pantanal, visando desmamar bezerros com 50% do peso da vaca, produzindo carne de qualidade.

“ Atualmente possuo um rebanho base com 200 animais e venho utilizando a ultrassonografia para detectar indivíduos com melhor composição de carcaça. Mas, os acasalamentos acompanhados para ter a primeira produção de Bovinos Pantaneiros , na propriedade, em 2024”, explica Salles Graça.

Então, o Thomas Horton, presidente da ABCBP, é um grande incentivador da raça.

“Eu tenho touro robustos, bezerros que desmamam com 200 quilos”, frisa Horton ao contar que o custo de criação do Bovino Pantaneiro é menor, e que a raça é ótima escolha para uma propriedade de porte médio como a dele.

“Considero os animais de fácil manejo, com boa resistência a carrapatos e verminoses. Mas, verifiquei nas pesquisas, que foram feitas com a Embrapa e parceiros, a qualidade da carne e o seu marmoreio”, relata o criador.

 

Fonte: conexaoagro