BNDES e Cidades apontam expansão do transporte urbano com 194 projetos prioritários e previsão de R$ 500 bilhões em investimentos até 2054
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério das Cidades divulgaram um estudo que aponta o potencial das 21 maiores regiões metropolitanas do Brasil para ampliar em cerca de 2.500 quilômetros as redes de transporte urbano coletivo de média e alta capacidade até 2054. Todavia, segundo o levantamento, será necessário investir ao menos R$ 500 bilhões ao longo dos próximos 30 anos para viabilizar essa expansão.
Atualmente, as 21 regiões metropolitanas pesquisadas, distribuídas nas cinco regiões do país, têm 2.007 km de rede de transporte público.
Após avaliar 400 planos e projetos, foram colocados como prioritários 194 deles. Todavia, incluindo redes futuras de transporte com trechos de metrôs, trens, veículos leves sobre trilhos (VLT), bus rapid transit (BRT) e corredores exclusivos de ônibus.
O estudo prevê mais 323 km de linhas de metrô, 96 km de trens urbanos, 1.930 km de sistemas de BRT, VLT ou monotrilho, e 157 km de corredores de ônibus
Os projetos listados estão em Porto Alegre. Florianópolis. Curitiba. Santos. Campinas. São Paulo. Rio de Janeiro. Belo Horizonte. Vitória. Goiânia. Distrito Federal. Salvador. Maceió. Recife. João Pessoa. Natal. Teresina. São Luís. Fortaleza. Belém e Manaus.
Segundo o estudo, com a implantação das redes futuras propostas pelo Estudo, mais de 80% das regiões metropolitanas atingiriam PNTs acima de 30%, sendo que as regiões da Baixada Santista, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo atingiriam PNTs acima de 40%.
O PNT [People Near Transit] é um indicador que mensura o percentual da população de uma cidade ou região metropolitana que reside em um raio de até 1 km de estações de transporte coletivo, considerando BRTs e sistemas de trilhos.
Sobretudo, na divulgação do estudo, o ministro das Cidades, Jader Filho, destacou o fortalecimento do planejamento urbano com base em dados concretos. Contudo, que permitem identificar prioridades e orientar ações de médio e longo prazo.
Queda no transporte público
Ao analisar os desafios de manter a participação do TPC nos deslocamentos urbanos, o BNDES comentou no boletim que tem sido observada uma queda no uso do transporte público coletivo na maioria das Regiões metropolitanas. “A redução média é de 20%, mas em algumas RMS chega a 60%.Esse comportamento ocorreu também em cidades como Cidade do México, Santiago, Nova York e Londres”, informou.
Segundo o BNDES, as principais causas são: crescimento da motorização individual, tarifas elevadas, baixa qualidade do serviço público, expansão urbana dispersa, concorrência com aplicativos de transporte, a pandemia da Covid-19 e as mudanças de comportamento da população.
Por isso, os projetos e propostas do Estudo Nacional visam preservar ou aumentar a participação do TPC, por uma mobilidade urbana mais eficiente