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Bitcoin tenta romper a barreira dos US$ 125 mil ainda em 2025, para se consolidar como uma nova reserva de valor global. Foto: Freepik

Bitcoin tenta romper a barreira dos US$ 125 mil em 2025

Com níveis históricos acima de US$ 110 mil em setembro, investidores discutem se Bitcoin vai bater US$ 125 mil ainda em 2025

O Bitcoin (BTC) iniciou setembro no topo da atenção dos mercados globais. Ao sustentar níveis históricos acima de US$ 110 mil, a criptomoeda mais negociada do mundo se apoia em fatores estruturais que tornam este ciclo diferente de todos os anteriores. A pergunta que ressoa em fóruns de traders, nas mesas institucionais e nas casas de análise é direta: o Bitcoin será capaz de romper a barreira psicológica e técnica dos US$ 125 mil ainda em 2025?

Esse movimento, caso ocorra, não seria apenas simbólico. Romper os US$ 125 mil validaria a crescente participação institucional, a escassez programada da moeda e a narrativa cada vez mais sólida de que o Bitcoin se consolida como uma nova reserva de valor global.

“O Bitcoin deixou de ser apenas um ativo alternativo. Ele está cada vez mais integrado ao sistema financeiro global e se consolidando como uma nova forma de reserva de valor para investidores de todos os perfis”, afirma Guilherme Nazar, VP regional da Binance para América Latina.

O Bitcoin é a criptomoeda com a maior capitalização de mercado do mundo, que gira em torno de US$ 2,2 trilhões. O preço do Bitcoin atingiu a máxima histórica de US$ 123 mil em 13 de agosto deste ano.

Momento econômico favorável

O cenário macroeconômico global tem favorecido a demanda por BTC. Após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) ter mantido por quase dois anos os juros em patamares elevados. Contudo, o mercado aguarda cortes graduais na taxa a partir do fim do ano. A dinâmica tende a enfraquecer o dólar como porto seguro e ampliar a liquidez global, estimulando investimentos em ativos de risco como ouro e criptomoedas.

Ao mesmo tempo, tensões geopolíticas — que refletem instabilidade no Oriente Médio, conflitos na Ucrânia e incertezas em países emergentes — reforçam a busca por alternativas descentralizadas e não correlacionadas ao sistema financeiro tradicional.

Adoção institucional

Soma-se a esse cenário, a aprovação dos Exchange-Traded Funds (ETFs) de Bitcoin à vista nos Estados Unidos, em janeiro de 2024, que refletiu em uma das maiores absorções de liquidez da história. Até meados de 2025, os fundos listados já haviam acumulado mais de US$ 50 bilhões em entradas líquidas. Transformando a criptomoeda em um ativo efetivamente institucionalizado.

Episódios recentes reforçam essa virada. Em julho de 2025, o iShares Bitcoin Trust (IBIT), da BlackRock, registrou quase US$ 900 milhões em aportes em apenas uma semana, enquanto a soma de todos os ETFs alcançou um recorde diário de US$ 1,1 bilhão.

Nesse mesmo movimento, a Binance e a Franklin Templeton anunciaram uma parceria estratégica para desenvolver iniciativas em ativos digitais. Desse modo, unindo a expertise de uma das maiores gestoras globais de fundos, que administra US$ 1,6 trilhão em ativos, da tokenização regulamentada de valores mobiliários à infraestrutura de negociação e alcance global da Binance.

Bitcoin testa romper a barreira dos US$ 125 mil em 2025

O objetivo é acelerar a adoção da blockchain nos mercados de capitais. Oferecendo soluções que tragam mais eficiência, transparência e acessibilidade para investidores institucionais e de varejo, além de ampliar as oportunidades de rendimento e inovação em processos de liquidação e gestão de portfólios.

“O mercado de cripto se transforma à medida que empresas tradicionais, que não nasceram nesse ecossistema, estão adicionando criptomoedas às suas reservas de tesouraria por reconhecerem nelas ativos capazes de gerar ganhos e ampliar a diversificação das carteiras”, diz Nazar. “Esse movimento, que começou com o Bitcoin, agora se expande para outros ativos digitais como BNB e Ethereum (ETH)”, complementa.

Efeitos do halving

O momento virtuoso da principal cripto do mundo tem, ainda, mais um fator importante: o último halving, que aconteceu em abril de 2024. Na prática, esse o processo no qual a taxa e as recompensas pela mineração de Bitcoin são reduzidas pela metade, encolheu a emissão diária de 900 para 450 unidades. A nova dinâmica retirou do mercado cerca de US$ 25 milhões em novos BTCs todos os dias, considerando os preços atuais.

Trata-se de um choque de oferta que historicamente impulsionou os ciclos de alta da criptomoeda. Em 2013, 2017, 2021 e 2024, o halving antecedeu períodos de consolidação e, em até 18 meses, os picos de valorização. “Esse evento tem sido um divisor de águas para os ciclos de alta. Agora,com a combinação de escassez e maior participação institucional, o impacto pode ser ainda mais profundo”, diz Nazar.

Menos BTC nas exchanges

Diante desse cenário de alta demanda, a pressão compradora se intensifica em meio à redução da oferta disponível. A quantidade de BTCs mantidos em exchanges centralizadas está no menor nível desde 2020, em torno de 2,8 milhões de unidade. Todavia, bem abaixo dos mais de 3,5 milhões registrados em 2021. Sendo assim, essa redução significa menos liquidez imediata e maior sensibilidade do preço a qualquer aumento de demanda.

Na prática, o Bitcoin entrou em um território de “oferta travada”, em que pequenos fluxos de compra podem provocar movimentos expressivos de valorização. Esse efeito se soma a um cenário macroeconômico favorável, marcado por juros globais mais baixos, um dólar enfraquecido e maior apetite por ativos de risco.

Trajetória de preço – Bitcoin testa romper a barreira dos US$ 125 mil em 2025

O sentimento dos investidores mostra um mercado aquecido, mas ainda longe da euforia que historicamente precede correções abruptas. Enquanto grandes investidores vêm ampliando posições, sinalizando otimismo de longo prazo, traders de curto prazo seguem realizando lucros parciais. O que, desse modo, evita movimentos artificiais e ajuda a manter uma tendência saudável dos preços.

Entre as projeções, há quem aponte um cenário conservador, em que o Bitcoin alcançaria entre US$ 125 mil e US$ 130 mil antes de uma consolidação prolongada. Outros veem espaço para a região dos US$ 150 mil até o fim de 2025. Por outro lado, nas estimativas mais agressivas, mantida a força dos ETFs e um macroeconômico favorável, o ativo poderia chegar a US$ 200 mil. Ou até US$ 250 mil até 2026.

“O consenso é de que o rompimento de US$ 125 mil não representa mera euforia, mas sim um passo rumo à consolidação global do Bitcoin como ativo de primeira linha”, pontua Nazar.

Fonte: infomoney