A ideia de um “Batverso” pode ser libertadora para o personagem com possibilidade de uma abordagem realmente unificada promissora
O diretor Matt Reeves do próximo filme do Batman declarou recentemente que tem o desejo de criar um “Batverso” a partir de seu filme, que estreia semana que vem. Na verdade, essas sementes já estão plantadas. Isso porque os seriados spin-off do Pinguim e da polícia de Gotham já estão aprovados para serem lançados futuramente no serviço de streaming HBO Max.
De acordo com o diretor, ele não começou a produzir The Batman com isso em mente. Mas é inevitável que a ideia surja, já que “a história de Gotham nunca acaba”. Isso porque a história de Gotham nunca acaba. Por essa premissa, os filmes da Marvel são literalmente infinitos. Se passam em sua maioria em Nova York.
Não foram as “possibilidades infinitas” de Nova York que fizeram o Marvel Cinematic Universe funcionar. Foi a visão do estúdio, que criou um novo paradigma para o cinema. Trata-se, dessa maneira, de um eufemismo pra tentativa de monopólio.
E, ainda, a organização para criar um universo minimamente coeso e, acima de tudo, previsível. Bem, previsível no bom sentido, no sentido de que o público sabe que o próximo filme do Doutor Estranho de fato será uma continuação do primeiro, e do restante de “maxissérie” da Marvel.
A essa altura, o empreendimento conhecido como DC Extended Universe já pode ser considerado um fracasso. Ele sobrevive, é claro, em alguns projetos. De certa forma, Pacificador é um dos maiores sucessos recentes dentro dessa continuidade.
Nessa atual conjuntura, por que então criar um “Batverso” pode ser uma boa ideia, no fim das contas?
A história de Gotham nunca acaba”
Claro! Qualquer história pode render um “universo” em si mesmo, mas, dentro da DC Comics, talvez Gotham City seja o intrauniverso mais complexo e completo da editora. Ela não é só a casa do Batman. É quase uma personagem em si própria. Com certeza, no mínimo, é um dos locais fictícios mais icônicos da cultura pop, uma cidade com uma “cara”, uma estética, uma personalidade própria altamente reconhecível.
A DC Comics tem toda uma geografia de cidades fictícias, com Central City, Coast City, Metrópolis… mas essas são cidades ligadas a heróis naquela pegada de “deuses modernos”, com um elenco de apoio humano mas associada a ameaças mais sobre-humanas ou alienígenas.
Já Gotham, por outro lado, é amplamente conhecida como uma cidade marcada pelo crime organizado. E, por fim, os maiores problemas associados a ela são os que conhecemos do nosso mundo. Claro, se os bandidos do nosso mundo atacassem com pistolas de ketchup em vez de dois caras numa moto.
Libertadora com o Batverso
A ideia de um “Batverso” pode ser libertadora para o personagem. E a possibilidade de uma abordagem realmente unificada na visão de um mesmo cineasta é, sobretudo, promissora. Ela também pode apenas gerar mais confusão, caso exista este Batverso e também um Universo DC com outro Batman, o que geraria comparações pouco saudáveis.
Mesmo assim, o potencial existe para uma ampla gama de boas histórias, mesmo que confinadas no mundo urbano do combate ao crime em Gotham City.
Fonte: einerd, adorocinema,Geekh