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A autópsia feita no corpo de Juliana, descartou morte por fome ou frio, após queda no vulcão. Foto: Creative Commons

AUTÓPSIA DESCARTA FOME: Juliana Marins morreu após a queda no vulcão da Indonésia

A autópsia realizada no corpo de Juliana Martins revelou que um trauma contundente, causado pela queda no maior vulcão da Indonésia, provocou sua morte

A autópsia realizada no corpo da brasileira Juliana Marins confirmou que ela morreu em decorrência de um trauma contundente causado pela queda durante a escalada do Monte Rinjani, segundo maior vulcão da Indonésia.

O laudo, divulgado nesta sexta-feira (27), aponta danos internos graves e hemorragia como causas imediatas da morte descartando hipóteses como hipotermia ou ausência de comida, conforme a BBC News.

De acordo com o médico legista Ida Bagus Alit, que conduziu o exame no Hospital Bali Mandara, Juliana apresentava fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa, além de múltiplas escoriações. Essas fraturas resultaram em lesões internas significativas.

“A principal causa da morte foram os ferimentos na caixa torácica e nas costas. Houve sangramento significativo, mas sem sinais de que esse sangramento tenha sido lento. Isso indica que ela morreu pouco tempo após a queda”, explicou o legista.

O especialista também ressaltou que não havia indícios de hipotermia: nenhum dos ferimentos observados eram compatíveis com esse tipo de quadro clínico, como lesões típicas nas extremidades do corpo. Da mesma forma, os peritos não encontraram sinais de que a jovem tenha sobrevivido por muito tempo após o acidente, o que também descarta a possibilidade de morte por fome ou sede.

Juliana caiu (21), e as equipes só localizaram seu corpo (25). Todavia, após dias de buscas dificultadas pelo mau tempo e pelo terreno instável da região vulcânica.

Por não haver peritos na província onde o acidente aconteceu, o corpo precisou ser transportado por várias horas até Bali, dentro de um freezer. Isso dificultou uma estimativa precisa sobre o horário da morte, mas os médicos acreditam que ela tenha falecido cerca de 20 minutos após o impacto.

A queda

Juliana Marins, natural de Niterói (RJ), fazia um mochilão sozinha pela Ásia desde o início do ano. Ela já havia visitado países como Filipinas, Vietnã e Tailândia. Na Indonésia, contratou uma empresa local de turismo para realizar a trilha do Monte Rinjani, que tem 3.726 metros de altitude.

O acidente aconteceu na madrugada do último sábado (21), horário local – ainda sexta-feira (20) no Brasil. Segundo a família, Juliana integrava um grupo com cinco turistas e um guia. Ela teria dito que estava cansada e, após ser deixada para trás, tentou seguir sozinha, momento em que caiu de um penhasco.

Turistas que passavam pela trilha utilizaram um drone e localizaram ela cerca de 3 horas depois. Contudo, as imagens compartilhadas nas redes sociais, ajudaram a família a confirmar a localização da jovem.

Desde então, Juliana ficou isolada em uma região rochosa e íngreme, a 300 metros abaixo da trilha principal.

Juliana Marins chegou a deslizar mais ainda e ficou a aproximadamente 600 metros abaixo da trilha, cerca de 2 km do cume da montanha, que chega a 3.726 metros de altitude.

“Hoje [terça-feira], a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, disse.

Um infográfico divulgado pelo Fantástico e reproduzido pelo g1 ajuda a visualizar a dimensão do acidente: Juliana deslizou por uma encosta que equivale a quase a altura de um Corcovado inteiro — o famoso ponto turístico do Rio de Janeiro tem 710 metros de altitude.

Resgate

As buscas para localizar Juliana duraram quatro dias. Na terça-feira (24), as equipes de resgate haviam retomado as operações para tentar salvar a brasileira, no entanto, encontraram o corpo da publicitária abaixo de uma parede íngreme. Em uma fenda rochosa de difícil acesso.

Pela manhã, 48 socorristas se mobilizaram, com apoio de três equipes em campo e dois helicópteros que permaneciam de prontidão, aguardando condições favoráveis para decolar.

No entanto, alcançaram Juliana apenas no dia 25 de junho, e ela já estava morta.

Fonte: Gov.MS