Em reunião na ALEMS, (3), os deputados discutiram sobre o movimento UFPantanal, que defende a criação da Universidade Federal do Pantanal, confira
A manifestação externa (3) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) foi de um representante do movimento UFPantanal, que se destaca pela defesa da criação da Universidade Federal do Pantanal. Todavia, convidado pela deputada Gleice Jane (PT), o professor Helvio Rech, doutor em Ciência e Mestre em Energia pela Universidade de São Paulo (USP), defendeu na tribuna o projeto que ultrapassa o campo educacional, trazendo o desenvolvimento para uma região. “Trata-se da universidade pública, autônoma, sediada no coração do Pantanal e da América do Sul. Um verdadeiro centro de excelência em pesquisas sobre áreas úmidas capazes de articular esforços científicos, tecnológicos e sociais, desenvolvendo ações concretas para a preservação desse patrimônio natural único e impulsionar o desenvolvimento econômico”, explicou.
“Como motor econômico, a universidade será grande empregadora, centro de formação profissional, estimulando a economia local e regional. Sua atuação influenciará investimentos em setores estratégicos, como o turismo sustentável, biotecnologia e energias renováveis, com impacto direto no desenvolvimento regional. Projetos de infraestrutura, como a construção de um novo campus universitário para a cidade de Corumbá, moderno, com biblioteca, laboratórios, ajudam a revitalizar a cidade e a região do seu entorno. A história mostra que onde há universidade, há crescimento econômico, inovação, qualificação de mão de obra, novas oportunidades de emprego e impacto social permanente. Exemplos são os de Santa Maria e Pelotas, e aqui temos Dourados”, continuou Helvio Rech.
ALEMS: Criação da Universidade do Pantanal impulsionará desenvolvimento à região, veja mais detalhes a seguir sobre
Todavia, o professor destacou também que a história da universidade no Brasil é tardia. “A primeira universidade só chegou nos anos 20. Em 1950, implementaram mais seis. Depois, ampliaram o número de universidades. A partir de 2002, o governo criou 29 novas universidades federais até 2019. Essas últimas tinham a missão clássica de ajudar também no desenvolvimento regional, e esse movimento ainda não está completo. Em Mato Grosso do Sul, há apenas duas universidades federais, está na hora de termos a nossa terceira, um investimento federal permanente. Temos quase oito mil assinaturas em apoio a criação da universidade. É necessário nos unir. Faço um apelo aos senhores”, concluiu Helvio Rech.
O deputado Pedrossian Neto (PSD) ressaltou a necessidade da educação para o desenvolvimento de um local
“A fala tem componente histórico, lembro do meu avô, Pedro Pedrossian, que foi governador do Estado, sonhou Mato Grosso do Sul [MS], e antes sonhou Mato Grosso [MT], e quando perguntado qual sua grande obra, ele falou sobre as universidades em ambos lugares, e quando achavam que era impossível levar para o interior, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul [Uems], fundada inicialmente atendendo 15 pólos, ampliando o ensino superior da capital ao interior. Quando vejo alguém sonhando esse projeto, não posso deixar de somar-me a esse projeto. Sim, é possível, e eu gostaria de incluir também a cidade de Miranda nesse projeto. A universidade tem que capturar e preparar as pessoas para as grandes tendências do século XXI. Conte conosco, vamos junto construir esse grande sonho”, frisou.
Sobretudo, o deputado Paulo Duarte (PSB) relatou qua a deputada Gleice Jane fará documento, que será encaminhado pela Casa de Leis, pedindo apoio a essa causa ao governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB). “Corumbá, por ser de fronteira como outras, ficou a margem do desenvolvimento por conta de gestões de governo e também restrições de caráter ambiental. A universidade é importante, pois teria um orçamento próprio para este local, geraria a indústria do conhecimento, fortaleceria as relações de fronteira, e com certeza entendo que é a grande chance de desenvolvimento da região que tem limitações por conta das questões ambientais. Parabéns, conte conosco nessa luta. Sou um entusiasta dessa causa”, declarou o parlamentar.
O deputado e vice-presidente da Assembleia Legislativa, Renato Câmara (MDB), também considera essencial a instalação da universidade no Pantanal
“Eu quero me somar a essa luta. Tenho a clara convicção da necessidade de termos uma universidade no Pantanal. Vi claramente isso como aluno da Fundação Bradesco, tive esse impacto em saber como é diferente produzir no Pantanal e no cerrado. Acompanhei, como agrônomo da UFMS, a transformação da instituição na Universidade da Grande Dourados (UFGD). Naquela época, as pesquisas eram engessadas e pouco voltadas para a realidade local. Com a criação da UFGD, conquistamos autonomia para pensar e agir em favor da região. Assim como ocorreu em Dourados, Corumbá e no Pantanal, essa autonomia permitiu desenvolver soluções específicas para o crescimento de áreas estratégicas, especialmente o Pantanal, gerando um avanço significativo para o desenvolvimento regional. Conte comigo, com meus esforços e minhas emendas”, destacou.
A deputada Gleice Jane (PT) detalhou o que foi dito a ela quando ela visitou as comunidades ribeirinhas
“Vejo que essa universidade também atende a demanda da população. Precisamos de mais pesquisa, de desenvolvimento, esse projeto vem de encontro ao anseio da população e a necessidade de desenvolvimento econômico pautado em novas rotas em relação aos países vizinhos, à rota bioceânica.
E precisamos, nesse novo momento do Estado de Mato Grosso do Sul, ter um Estado forte. A produção de conhecimento local, como mencionada por Renato Câmara, ajuda a desenvolver a região.
O Pantanal merece essa universidade, a fronteira merece, Corumbá pode ser um portal de integração da fronteira, como um portal binacional, esse pode ser mais um movimento de unificação da ALEMS. Junto ao Governo do Estado e ao federal. Um movimento fundamental ao desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. Em especial do bioma Pantanal que pede socorro nesse momento e a universidade pode ser uma grande resposta para aquela comunidade e para Mato Grosso do Sul. Parabéns e contem com a gente nesta luta”, ressaltou.
Por fim, o deputado Pedro Kemp (PT), 2º secretário da Casa de Leis, ressaltou o apoio unâmime da ALEMS. “Senhor Presidente, eu sugiro que façamos um documento para pedir apoio à bancada federal, já que há um apoio unânime desta Casa de Leis. E que o documento seja enviado para quem tem condições de fazer as interlocuções como o Governo Federal, os Ministérios da Educação, cultura e Meio Ambiente. Diretamente envolvidos no assunto”, concluiu o parlamentar.
Fonte: ALEMS