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ALEMS debate licenciamento ambiental. Temas variam entre tragédia de Brumadinho, Cop 30 e preservação do meio ambiente Foto: ALEMS

ALEMS: Deputados debatem projeto que flexibiliza regras sobre licenciamento ambiental

Debate sobre licenciamento ambiental gera preocupação na Assembleia

ALEMS debate licenciamento ambiental com preocupação do deputado Pedro Kemp (PT), 2º secretário da Casa de Leis, que demonstrou receio (21) com a aprovação do projeto de lei que cria o novo marco para o licenciamento no Brasil com a flexibilização de regras para empreendimentos com impactos sobre o meio ambiente.

“O Projeto de Lei 2.159/2021 é considerado um retrocesso, porque prevê o licenciamento por parte de empresas de pequeno e médio porte, e licença ambiental para determinadas atividades agropecuárias. Assim, quem irá definir o que é um empreendimento de pequeno e médio porte serão os Estados e os municípios. Ou seja, o empreendimento se instala no município, causando ou não um impacto ambiental e assim, não há exigência de licenciamento ambiental prévio para instalação”, destacou.

Debate sobre licenciamento ambiental começou com a lembrança de Brumadinho

Pedro Kemp lembrou a tragédia que aconteceu com o rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, município de Minas Gerais (MG), em 2019. “A barragem de Brumadinho se rompeu, centenas de pessoas foram soterradas e morreram, e aquele empreendimento era considerado de médio porte, importante, mesmo com risco para a população que vivia em torno. Nesse sentido, se esse projeto for aprovado, já aprovado pelas comissões de Meio Ambiente (CMA) e de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (20), não precisaria da licença. Ou seja, trata-se de um grande retrocesso na área de legislação ambiental”, considerou o parlamentar.

“Me preocupo também com as transferências para os Estados e prefeituras a responsabilidade pelo impacto ambiental das obras, pois isso pode prejudicar o meio ambiente se não houver uma fiscalização maior. Logo, o processo de licenciamento ambiental vai deixar de ouvir a Fundação Nacional dos Povos Indígenas [Funai], o Instituo Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis [Ibama] e outros órgãos técnicos. Isto é, o que vai prevalecer é o interesse econômico pura e simplesmente.”

Ano da COP 30

O parlamentar continua. “Não haverá consultas às comunidades indígenas e quilombolas, será uma lei que vai flexibilizar licença ambiental em pleno ano que o Brasil sedia a COP 30 no segundo semestre, debatendo as crises climáticas, assim como extremos do clima, os impactos disso na vida das comunidades e nas cidades. Nós, no Brasil, ao invés do nos preocuparmos em defender e preservar o meio ambiente, estamos flexibilizando licença ambiental”, ressaltou Pedro Kemp.

“Ainda prevalece para alguns aquela ideia de que defender o meio ambiente prejudica a agricultura é contra o desenvolvimento econômico. Parece que o ambientalista é inimigo de quem quer produzir. Todo empreendimento precisa de um estudo de impacto ambiental para que ele gere o desenvolvimento sem destruir a natureza, porque os recursos naturais não são inesgotáveis. Se aprovado dessa forma o projeto será o maior retrocesso nos últimos 40 anos”, concluiu o deputado Kemp.

Todo projeto precisa de um aval técnico

O deputado Zé Teixeira (PSDB), 2º vice-presidente da ALEMS, lembrou que todo projeto precisa de um aval técnico. “Não existe forma de fazer um projeto sem um técnico assinar. O setor produtivo tem as quatro estações do ano, e o Código Florestal brasileiro é mais perverso do mundo. Assim, o produtor rural já é obrigado por lei a preservar, sendo o único setor que preserva. Quem não preserva é a cidade, que polui. Eu entendo que o projeto de lei vem desburocratizar o desenvolvimento do País”, afirmou.

O deputado Pedrossian Neto (PSD) visitou recentemente a aldeia Porto Lindo, em Japorã. “Em se tratando de cobrança de promessas, cobrar o presidente Lula com relação a oferta de água nas aldeias. Fiquei muito mal impressionado em Japorã, na aldeia Porto Lindo, em que a reclamação era sobre a falta de poços semiartesianos e artesianos. Ou seja, uma situação calamitosa. É uma coisa muito simples e muito fácil perfurar um poço”, considerou.

Exemplo do convênio com Itaipu Binacional

O deputado Zeca do PT (PT) falou sobre o convênio com a Itaipu Binacional para a perfuração de poços artesianos. “Cada vez mais eu me impressiono com a capacidade que a direita tem de distorcer os fatos. Lula autorizou convênio com o Estado de R$ 25 milhões da Itaipu Binacional, com a bancada do Governo do Estado. Assim, houve assinatura de um convênio garantindo R$ 50 milhões para a perfuração de poços para a população guarani-Kaiowá”, ressaltou.

A deputada Gleice Jane (PT) destacou que a pauta em prol dos indígenas sempre foi do Partido dos Trabalhadores. “Quem está trazendo as respostas é novamente o Governo Federal. Toda a política de atendimento ao indígena foi sucateada, os servidores da Funai vestem para participar da reunião e tiram para andar na rua. O Governo Lula tem atendido a população indígena, sim. Nós precisamos humanizar a política nessa pauta”, frisou.

Fonte: ALEMS