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Acordo para reduzir tarifas comercias entre EUA e China, está pressionando prêmios da soja no Brasil. Foto: Freepik

Acordo entre Eua e China pressiona prêmios da soja no Brasil

Após a China e os EUA, anunciarem compromisso para reduzir as tarifas comerciais, os prêmios de exportação de soja tiveram uma queda no Brasil, confira

Os prêmios de exportação de soja caíram no Brasil (12) após os Estados Unidos e a China anunciarem um acordo para mutuamente reduzir tarifas comerciais, um sinal de que o país asiático poderia se abastecer com mais oleaginosa americana que o esperado em meio à recente escalada da guerra comercial, segundo analistas.

Os prêmios nos portos tendem a subir caso aumente a demanda pela commodity produzida no Brasil, e chegaram a bater um patamar próximo de US$1,4 por bushel no início de abril, após Donald Trump acentuar a guerra comercial contra os chineses.

Com a redução por 90 dias das tarifas cobradas entre americanos e chineses, conforme acordo divulgado no final de semana, os agricultores nos EUA poderiam se beneficiar de uma maior demanda chinesa pela oleaginosa. Portanto, neste contexto, os prêmios caíram cerca de 10% nesta segunda-feira em relação à sexta-feira, para US$0,50/bushel. Os valores, calculados pelo Cepea/Esalq, referem-se ao embarque em junho pelo porto de Paranaguá (PR).

“Você veja, caíram bruscamente as tarifas recíprocas da China em relação à soja dos EUA”, disse Rafael Silveira, analista da consultoria Safras & Mercado. “Agora estamos vendo taxas de 10%. São caras para a soja dos EUA, sim, mas são muito menores,” disse ele.

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Pelo acordo, os EUA reduzirão as tarifas extras impostas às importações chinesas em abril deste ano de 145% para 30%; e as taxas chinesas sobre as importações dos EUA cairão de 125% para 10%.

Sobretudo, Silveira acrescentou que a redução acordada nas tarifas poderia levar a China buscar mais soja norte-americana, que ainda está sendo plantada na safra 2025/26. Enquanto isto, o Brasil já está exportando a maior safra da sua história, de cerca de 170 milhões de toneladas.

Sobre a contenda envolvendo EUA e China, o corretor de grãos Adelson Gasparin entende que China não possa prescindir do produto americano, pois depender apenas de soja sul-americana seria arriscado para o maior importador mundial. Existe ainda o fator competitividade.

“Com a oferta mundial (de soja) crescendo mais do que crescimento da demanda, a China pode ter mais chance de barganhar preços,” disse o corretor.

Acordo entre China e EUA, pode mudar a dinâmica do mercado, de redução da área de soja

Silveira disse que o acordo anunciado nas últimas horas pode mudar muito a dinâmica do mercado. Principalmente diante de um cenário de redução da área de soja nos EUA. “O produtor dos EUA, antes de começar a plantar, estava olhando para este cenário de queda na exportação dos EUA”, disse.

Segundo a primeira estimativa para a safra 2025/26 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, divulgada (12), os produtores de lá devem reduzir a área colhida de soja para 82,7 milhões de acres. Desse modo, comparado com 86,1 milhões de acres na safra anterior.

Raphael Bulascoschi, analista de inteligência de mercado da StoneX, disse que a colheita de soja dos EUA começa em setembro. Quando o programa de exportações é mais ativo. Por ora, segundo ele, é preciso cautela para entender os efeitos definitivos da trégua nas tarifas.

Segundo o analista, se perdurarem tarifas mais baixas até o final do ano, aí a competição aumentaria entre a soja americana e a brasileira.

“Vimos o mercado reagindo com mais otimismo (ao anúncio de queda das tarifas), porém não significa que veremos um salto repentino de soja em direção à China”, disse Bulascoschi.

Fonte: forbes