Emojis aparentemente inofensivos podem ganhar contextos ilícitos como tráfico e exploração sexual em ambientes online; conheça sete que foram apropriados por criminosos e que pai e mãe devem ficar de olho
Embora pareçam inofensivos à primeira vista, alguns emojis podem ganhar uma nova interpretação e ser adaptados a contextos criminais em ambientes on-line, e, esses, que pai e mãe precisam observar constantemente. Traficantes, extremistas e até grupos ligados à exploração infantil se aproveitam de simples figuras para mascarar mensagens e escapar de filtros automáticos em redes sociais e aplicativos de conversa. O emoji de pizza, por exemplo, foi ressignificado para se referir a abuso infantil, assim como o de pirulito, que ganhou associação à pedofilia. Já os símbolos de fumaça e bala são usados com conotação de substâncias ilícitas.
Isso significa que um simples ícone pode carregar um sentido perigoso e passar despercebido por quem não conhece seu duplo significado, levantando a preocupação dos pais, já que muitos jovens estão expostos a esta vulnerabilidade on-line. Pensando nisso, o MS POST separou 7 emojis para se atentar, confira.
Quais emojis parecem inofensivos no ambiente online e que pai e mãe precisam ficar de olho?
- Pirulito 🍭
- Milho 🌽
- Pizza 🍕
- Copo de leite com raios 🥛⚡⚡
- Nuvem de fumaça 💨
- Macarrão instantâneo 🍜
- Bala 🍬
1. Pirulito
O emoji de pirulito, à primeira vista inofensivo e infantil, ganhou um significado sombrio em conversas digitais. Pesquisadores associam o uso dele à pedofilia, inspirando-se na obra “Lolita”, de Vladimir Nabokov, que aborda a obsessão de um homem por uma menina de 12 anos. A ligação acontece porque “pirulito” em inglês é “lollipop”, o que foi suficiente para distorcer o termo e transformá-lo em código para exploradores sexuais.
2. Milho
Pessoas usam o emoji de milho (em inglês, corn) como substituto da palavra porn, fazendo um trocadilho com a similaridade sonora e ortográfica entre as duas palavras. Sendo assim, em comunidades criminosas, ele pode sinalizar interesse ou oferta de material ilegal, incluindo pornografia infantil.
Essa troca aparentemente banal de letras se transformou em um código eficiente para despistar mecanismos de busca e ferramentas de moderação, e até mesmo dificultar a interpretação por parte dos pais e responsáveis, que dificilmente detectariam uma ligação entre o milho e conteúdo explícito.
3. Pizza
Outro emoji de comida que ganhou conotação sexual e pode passar despercebido é a pizza. O símbolo está associado ao chamado Pizzagate, uma teoria da conspiração que surgiu nos Estados Unidos em 2016 e envolvia falsas acusações de abuso infantil em uma pizzaria de Washington D.C., com o objetivo de prejudicar a candidatura de Hillary Clinton. Alguns grupos criminosos continuaram a circular a ligação do emoji com pornografia infantil, embora ela tenha sido desmentida.
Grupos criminosos usam a expressão “cheese pizza” (pizza de queijo) como abreviação de CP, sigla em inglês para Child Pornography. Por isso, o emoji acabou sendo incorporado como um código oculto em conversas sobre exploração infantil.
4. Copo de leite com raios
5. Nuvem de fumaça
Embora muitas pessoas usem o emoji de fumaça para indicar velocidade ou movimento, em contextos criminosos ele ganhou outra conotação: a representação da cocaína. Nesses casos, o símbolo aparece em mensagens para se referir ao consumo da droga, especialmente ao ato de inalar ou cheirar. Além disso, outros emojis, como o de bomba de gasolina e o de frasco, também indicam o uso de substâncias inalantes.
6. Macarrão instantâneo
Alguns usuários online usam o emoji de macarrão instantâneo, que à primeira vista parece ligado apenas à comida, como código para “nudes”. A associação, contudo, vem da semelhança fonética entre “nudes” e “noodles”, palavra em inglês para miojo. Essa substituição acabou se tornando uma forma de pedir ou oferecer imagens íntimas, muitas vezes em contextos ilegais.
7. Bala
Pessoas começaram a usar o emoji de bala, que originalmente remete a doces, para se referir a drogas sintéticas como o ecstasy — apelidado de candy (doce, em inglês) nos anos 1990. Ainda hoje, o símbolo aparece em contextos de tráfico, seja para negociar substâncias ou indicar consumo, especialmente em ambientes virtuais. O ecstasy também é chamado de “X”, pela semelhança sonora com a letra em inglês. E pode ser representado pelo emoji ou ainda pelo de pílula.
O que fazer para proteger seu filho nas redes?
Entender os significados ocultos dos emojis é apenas um dos passos para proteger crianças e adolescentes no ambiente digital. Os pais devem manter um diálogo aberto e constante sobre o uso das redes sociais, observando se o filho ou filha participa de comunidades ou bate-papos on-line e se usa emojis que, à primeira vista, parecem inofensivos, mas aparecem com frequência nas conversas.
Pais e responsáveis também devem conhecer melhor as plataformas usadas pelos jovens, como TikTok, Snapchat, Discord e Instagram —, entendendo recursos como chats privados e mensagens temporárias. Mudanças repentinas de comportamento, alterações de humor ou a maneira como os adolescentes passam a usar determinados emojis podem ser sinais de alerta, assim como a troca de fotos pessoais com desconhecidos, especialmente quando se trata de menores de idade.
Por fim, o uso de tecnologia, como ferramentas de controle parental, também pode ajudar a monitorar atividades. Mas nunca deve substituir a conversa e a construção de confiança entre pais e filhos. Se alguém identificar algo preocupante, deve registrar as evidências, denunciar às plataformas e, se necessário, buscar apoio da polícia ou de serviços especializados em proteção infantil e saúde mental.
Fonte: techtudo
