No final de 2023, o Facebook informou que tinha 2,11 bilhões de usuários ativos diários
“The Facebook”, era assim que o Facebook era chamado quando Mark Zuckerberg e um grupo de amigos lançaram a plataforma enquanto viviam em moradias estudantis, há 20 anos.
Desde então, a rede social mais popular do mundo foi redesenhada dezenas de vezes.
Mas seu objetivo permanece o mesmo: conectar pessoas online. E ganhar muito dinheiro com publicidade.
No momento em que a plataforma completa 20 anos, aqui estão quatro maneiras como o Facebook mudou o mundo.
1. Facebook mudou o jogo das redes sociais
Outras redes sociais, como o MySpace, já existiam antes do Facebook, mas o site de Mark Zuckerberg decolou instantaneamente quando teve lançamento em 2004. Isso mostrou a velocidade com que uma plataforma do tipo poderia se consolidar.
Em menos de um ano, ele tinha 1 milhão de usuários e, em quatro anos, ultrapassou o MySpace. Alimentado por inovações como a capacidade de marcar pessoas em fotografias.
Levar uma câmera digital para sair à noite e depois marcar os amigos em dezenas de fotos era uma rotina da vida adolescente no final dos anos 1990.
O feed de publicações em constante mudança também foi um grande atrativo para os primeiros usuários.
Em 2012, o Facebook ultrapassou a marca de 1 bilhão de usuários mensais e, exceto por uma breve queda no final de 2021 quando os usuários ativos diários caíram pela primeira vez para 1,92 bilhão, a plataforma continua a crescer.
Ao expandir-se para países menos conectados e oferecer internet gratuita, a empresa manteve e aumentou o número de usuários.
No final de 2023, o Facebook informou que tinha 2,11 bilhões de usuários ativos diários.
É fato que o Facebook é hoje menos popular entre os jovens do que costumava ser. No entanto, continua a ser a rede social mais popular do mundo e inaugurou uma nova era de atividade social online.
Alguns veem o Facebook e seus rivais como ferramentas que estimulam conexões, outros os veem como agentes viciantes de destruição.
2. O Facebook tornou nossos dados pessoais valiosos… e menos pessoais
O Facebook provou que coletar o que gostamos e não gostamos é extremamente lucrativo.
Atualmente, a Meta, empresa controladora do Facebook, é uma gigante da publicidade. Que, juntamente com empresas como a Google, detém a maior parte da receita publicitária global.
A Meta reportou quase US$ 40 bilhões (R$ 199 bilhões) em receitas no último trimestre de 2023, vindas principalmente de serviços de publicidade altamente direcionados; a empresa declarou ainda US$ 14 bilhões em lucros.
Mas o Facebook também mostrou como a coleta de dados pode dar errado.
A Meta foi multada diversas vezes por uso indevido de dados pessoais.
O caso mais divulgado foi o escândalo da Cambridge Analytica em 2014, que levou o Facebook a pagar US$ 725 milhões para encerrar uma ação legal devido a uma violação de dados significativa.
Em 2022, o Facebook também pagou uma multa de 265 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão) à União Europeia por permitir a extração de dados pessoais do site.
No ano passado, a empresa recebeu uma multa recorde de 1,2 bilhões de euros da Comissão Irlandesa de Proteção de Dados, por transferir dados de usuários europeus para fora da jurisdição europeia. O Facebook está recorrendo.
3. O Facebook tornou a internet parte da política
Ao oferecer publicidade direcionada, o Facebook tornou-se uma importante plataforma para campanhas eleitorais em todo o mundo.
Por exemplo, nos cinco meses que antecederam as eleições presidenciais dos EUA em 2020, a equipe do então presidente Donald Trump gastou mais de US$ 40 milhões em anúncios no Facebook. De acordo com dados do site Statista.
O Facebook também contribuiu para mudar a política entre pessoas comuns ao permitir que grupos díspares de usuários se reunissem, organizassem campanhas e planejassem ações em escala global.
O Facebook e o Twitter foram considerados cruciais na coordenação dos protestos da Primavera Árabe, ao divulgar notícias sobre o que estava acontecendo nas ruas.
Mas há críticas às consequências do uso do Facebook com fins políticos.
Em 2018, o Facebook concordou com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que afirmava que a plataforma não conseguiu impedir que as pessoas a usassem para incitar a violência offline contra o povo Rohingya em Mianmar.
4. O Facebook deu início ao domínio da Meta
Com o enorme sucesso do Facebook, Mark Zuckerberg construiu uma rede social e um império tecnológico que permanecem sem precedentes em termos de número de usuários e de poder.
Empresas como WhatsApp, Instagram e Oculus compradas e turbinadas pelo grupo Facebook. Que mudou seu nome para Meta em 2021.
A Meta diz que hoje mais de 3 bilhões de pessoas usam pelo menos um de seus produtos todos os dias.
E quando não consegue comprar seus rivais, a Meta tem sido frequentemente acusada de copiá-los para manter seu domínio.
O recurso Stories do Facebook e do Instagram é semelhante a uma ferramenta do Snapchat; o Instagram Reels é uma resposta da empresa ao TikTok; e a ferramenta Threads é a tentativa da Meta de imitar o X, anteriormente conhecido como Twitter.
As táticas tornaram-se mais importantes do que nunca, graças ao aumento da concorrência e a um ambiente regulatório mais rigoroso.
Em 2022, a Meta foi forçada a vender com prejuízo o serviço de criação de GIFs (imagens em movimento) Giphy após reguladores do Reino Unido impedirem que ela controlasse o serviço.
Aliás, os reguladores citaram temores de que a Meta exercesse um domínio excessivo do mercado.
E os próximos 20 anos?
A ascensão e o domínio contínuo do Facebook são uma prova da capacidade de Mark Zuckerberg de manter seu site relevante.
Mas se manter como a rede social mais popular do mundo será um desafio monumental nos próximos 20 anos.
A Meta agora está se esforçando para construir seus negócios em torno da ideia do Metaverso, processo no qual está à frente de gigantes rivais como a Apple.
Assim, a inteligência artificial também é uma grande prioridade para a Meta.
Assim, à medida que a empresa se afasta das raízes do Facebook, será interessante ver o que o futuro reserva para o onipresente aplicativo azul.
Fonte: epocanegocios